quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Moda Sonora

Esses dias eu estava dando uma olhada nos sites de algumas lojas e nas novas coleções (primavera-verão 10/11). Além de me encantar com cada look maravilhoso (sim, sou apaixonada por moda também), fiquei vidrada pelo set list que rolava enquanto saía de uma roupa para outra.
Uma das marcas que mais gosto, a carioca do “Posto 9 de Ipanema”, Farm, sabe unir elegância visual e sonora em cada mudança de estação. “Ximbuktu” uma coleção africana com o pé na areia da praia, repleta de fauna e flora que traduzem a brisa da estação. Entenderam o conceito da moda? Não precisa, deixa pra lá... Agora, a trilha sonora do “Ximbuktu” é uma delícia!
A latinidade de Omara Portuondo, o rock-indie do The XX, o hulla-hulla de Cibelle, que se mistura com o dub do UB40, no reagge de Bob Marley, e desemboca nos timbres brasileiros de Mariana Aydar, Mart’nália e Céu. Bom hein? Ainda tem muito mais... Macy Gray, Jimmi Cliff, Janelle Monae, Mayra Andrade, Sara Tavares e por aí vai.
O bom dessa mistura de etnias musicais é propor a união e a descobertas do novo. Eu, por exemplo, me encantei pela voz lusitana de Sara Tavares, que não conhecia! Ela nasceu em Portugal, tem ascendência cabo-verdiana, cinco discos lançados, uma voz suave e envolvente.


Outra que foi paixão logo de cara, já que sou louca por samba, Mayra Andrade. Cubana de Havana, hoje vive em Paris, têm dois discos e já formou dueto com Lenine, Chico Buarque e Mariana Aydar. Depois disso, mereceu todos meus créditos! Sem falar na voz refinada que ela tem, claro.  


Vou deixar pra vocês um pouco do som da nova coleção da Farm e pra quem quiser assessar as novidades ou ouvir o set list, aí vai: http://www.farmrio.com.br/

Sara Tavares - Bom Feeling
Mayra Andrade - Comme Si'l en Pleuvait
Cibelle - Underneath the MangoTree
Mariana Aydar - Pras Bandas de Lá
The XX - Intro
UB40 - Red Red Wine
Céu - Rainha

domingo, 22 de agosto de 2010

#Tangolomango

Música tropical de humor universal

O novo disco de Silvia Machete, Extravaganza, lançado recentemente pelo selo Coqueiro Verde Records, poderia ter uma sequência nominal parecida com o primeiro, “Bomb of Love – Música Safada para Corações Românticos” (2006). Como assim? Explico: Poderia ser “Extravaganza – Música Sofisticada para Pessoas de Bom Humor”.
Nelson Motta uma vez a definiu como “sexy e hilária”. Mas os adjetivos para essa alma feminina vão além desses dois. Ela é performática e caricata por essência, criativa e inteligente por razão, elegante e envolvente por ser simplesmente mulher. Todas essas qualidades se encontram em uma cantora que não precisa de definições de gênero e que já está inclusa, e muito bem inclusa, na nova geração de cantoras brasileiras contemporâneas de qualidade.
Nesses quatro anos de um disco para o outro, o passarinho da Silvia Machete bateu asas e alcançou vôos altos, literalmente visto na belíssima capa floral, charmosa e secreta. Extravaganza é um disco de latinidade refinada para um país de poucas sonoridades multiculturais, provocativo sem ser careta e circense sem ser over.
“Yes, nós temos bananas!”. E assim, nessa efervescência, o disco abre com o paraíso tropical composto por Itamar Assumpção, em “Noite Torta”. Passando por uma marchinha “roqueada” em “Vou pra Rua” até uma folia irreverente e jazzística em “Meu Carnaval”, Silvia mostra sua voz doce, afirmando sua potência como compositora. As parcerias, entre tantas, conta com a presença de Erasmo Carlos, numa balada romântica para gente aberta em “Feminino Frágil. A canção composta com o Tremedão, visto pela segunda vez com a Silvia (ela regravou “Gente Aberta” no primeiro disco), dialoga com “Mulher (Sexo Frágil)”, sucesso do Erasmo na fase pós-Jovem Guarda. A melodia inocente e meiga de “Sábado e Domingo”, afirma o encontro das sensações engraçadas e sentimentos verdadeiros. Já em “Manjar de Reis”, Silvia se encontra num Jorge Mauter dançante e ambíguo, quando se é pedido: “Quero a tua nudez/ Da cabeça aos pés/ Quero que sem timidez/ Tu chupes picolés”.
“Tropical Extravaganza”, música que inspirou o título do disco, tem um tom de “somos las muchachas de Copacabana”, representando perfeitamente a energia e particularidade de toda essa mistura sonora e tropical estravagante do disco. “A Cigarra”, melodia em homenagem à grande Mercedes Sosa, é uma volta por cima de uma “mulher guerreira” com um humor fantasioso, assim como em “O Baixo”, de imaginação infantil e sacana. O pomar e a flora colorida do Brasil, também estão presentes no hulla-hulla de “Underneath the Mango Tree”. A imagem feminina é tema, mais uma vez, na penúltima faixa do disco, “Fim de Festa”, remetendo um pouco ao título e contexto de “Toda Bêbada Canta”, canção clássica do primeiro disco de Silvia Machete. Por fim, o arranjo mais forte de Extravaganza, “Coração Valente” fecha o disco seguindo a mesma temática humorada, marcante, femme fatale e brasileira desta cantora que se afirma em um picadeiro carnavalesco e sensual de sua carreira e obra.
Extravaganza é um disco para ouvir, dançar, sorrir e soltar as garras femininas. É um trabalho sonoro que brinca com a cultura brasileira de forma inteligente e delicada, e que com certeza, será consagrado nos palcos por onde a Silvia Machete passar, levando esse circo cheio de surpresas, ilusões e diversões super refinadas.  E assim concluo (re)afirmando: “Extravaganza – Música Sofisticada para Pessoas de Bom Humor”.


*Foto - Crédito: Caroline Bittencourt

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Só um trechinho

Hoje de manhã saiu a programação do No Ar: Coquetel Molotov 2010. O festival vai acontecer durante todo o mês de setembro, com shows gratuitos no Pátio de São Pedro, seminários, oficinas e debates. Nos dias 24 e 25 do mesmo mês, o NACM trás para o Teatro UFPE: Soko, Otto, Voyeur, Taxi Taxi!, A Banda de Joseph Tourton, Eemicida, Do Amor, Dinosaur Jr e mais pupilinhos que vão agradar o público “indie” do Recife. Mais informações sobre o festival e a programação completa no blog oficial: http://www.coquetelmolotov.com.br/blog/



Mudanças no show de Los Hermanos! Lugar, valor, produtora e tudo mais. O show agora vai ser no Pavilhão do Centro de Convenções, a produção fica por conta da D&E Entretenimento, que também faz o Ceará Music. Os ingressos começam a serem vendidos amanhã, no Centro de Convenções ou no site do Ingresso Rápido, nos valores de: R$60,00 (inteira) R$30,00 (meia) R$70,00 (camarote mezanino). 
Informando que: Cada pessoa só pode comprar quartro ingressos e tem de apresentar carteira de estudante no ato da compra.
Preparado pra odisséia da fila do ingresso? Então vá, porque na nossa contagem regressiva faltam 57 dias!!




Encerrando a turnê do último disco lançado, A Arte de Fazer Barulho, Marcelo D2 agora colhe os frutos do próximo projeto. “Marcelo D2 Canta Bezerra da Silva”, produzido por Leandro Sapuchay, tem pérolas do Bezerra (1927 – 2005) como Defundo Caguete, Candidato Caô Caô, Overdose de Cocada, Malandro É Malandro, Mané É Mané e muito mais. A capa do disco também entra totalmente no clima de homenagem e reproduz o disco “Eu Não Sou Santo” (1990) no estilo samba e hip-hop do D2.



Cada dia que passa as crianças estão mais espertas e exigindo do bom e do melhor. E se você acha que as músicas que elas gostam são só no estilo Xuxa, Patati-Patatá e trilhas de desenhos animados, estão enganados! Adriana Partimpim já está no segundo volume e é uma delícia de obra. Outros que eu indico muito, não só pra criançada mas pros adultos de boa audição, são o Pequeno Cidadão, do Arnaldo Antunes e do Edgar Scandurra e o mais novo do Pato Fu, Música de Brinquedo.
E por falar em Pato Fu, eles chegam com esse novo universo no Recife, dia 10 de setembro, no Teatro da UFPE.

Um dos maiores gênios da MPB se chama Jorge Mautner. Poeta, compositor, dramaturgo e criador da Teoria do Kaos, Jorge transcende. Sua música é entoada por diversos cantores como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Chico Science e Nação Zumbi. Muitos jovens que não conhecem a real importância desse mestre na história musical brasileira, agora podem ver suas obras nas vozes de Otto, Ana Cañas, Nina Becker... E por falar em Nina Becker, ela acaba de lançar dois discos que variam entre tons de “Azul” e “Vermelho” e em ambos, com regravações de clássicos do Jorge como Samba-Jambo e Lágrimas Negras

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A partir de hoje, contagem regressiva...

CONFIRMADO!

Como tinha falado dias atrás, numa notinha sobre o vai e vem da volta de Los Hermanos, agora temos data certa e foi dada a largada para a contagem regressiva.
Como publicado há praticamente 40min no blog de Bruno Medina, o show dos Hermanos será dia 15 de outubro, no Cabanga Iate Clube, em Recife.
Preparem as bóias porque as lágrimas vão rolar e o Rio Capibaribe estará ao nosso redor!

Se liguem na publicação, porque não tenho muitas palavras para me prolongar neste texto: 


FALTAM 72 DIAS... 

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Uma Noite em 67

Na última sexta-feira (30), estreou nos cinemas de todo o Brasil, o documentário Uma Noite em 67, de Renato Terra e Ricardo Calil, que assim como Palavra (En)Cantada, de Helena Solberg, seria a promessa da volta de bons documentários musicais brasileiros. Tendo como base, além dos fatores históricos, o livro “A Era dos Festivais - Uma Parábola” (Editora 34, 2003) de Zuza Homem de Mello, o enredo do documentário tem vilão, mocinho, bandido e uma trilha sonora impecável. Como uma admiradora assumida da eclosão musical dos anos seiscentistas, fui correndo para assistir e fazer uma viagem no tempo, tendo a certeza de que seria muito feliz presenciando a melhor fase que a MPB já teve.    
Dentro de uma época com repressão totalitária, a música popular brasileira ganhava rumos diferentes daquela “mania de diminutivo” da Bossa Nova, cheia de carinho, barquinho, amorzinho e peixinho. A vontade de mudar as regras na sociedade, era transpassada em forma de canção e a atitude revolucionária por parte dos jovens, movia o país junto com a política e a globalização. Os festivais organizados pelas Tvs Record, Excelsior, Globo e Rio, eram o entretenimento da massa, tal qual a novela é hoje em dia. Durante a década de 60 e 70, esses programas apresentaram novos artistas e consagraram aqueles que já estavam na boca do povo.
Uma noite em 67 é um “confronto de luta livre”, como Solano Ribeiro, produtor musical, declara no documentário. A final do III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, foi divisora de águas da história musical do país. A platéia frenética e efervescente que estava presente no Teatro Paramount, em São Paulo, era um termômetro que oscilava entre aplausos e vaias, em centésimos de segundos. Em 13 canções apresentadas por jovens artistas que transitavam desde Bossa Nova a Jovem Guarda, até um futuro movimento Tropicalista, ídolos foram descobertos, violões foram quebrados, guitarras foram aceitas e histórias foram transformadas.
Estrelando no auge dos seus 20 a 25 anos: Chico Buarque de Hollanda e MPB4, Caetano Veloso e os Beach Boys, Gilberto Gil e Os Mutantes, Roberto Carlos, Edu Lobo e Marília Medalha, e Sérgio Ricardo. Eternizando: Roda Viva, Alegria, Alegria, Domingo no Parque, Maria, Carnaval e Cinzas, Ponteio e Beto Bom de Bola. Esse era o espetáculo a ser apresentado naquela noite de 21 de outubro de 1967.
Cerca de 43 anos depois, o documentário retrata de forma fiel o material original sem distorcer os fatos. As imagens capturadas pela TV Record são um baú de jóias preciosas. Os depoimentos dos artistas e dos presentes no festival mostram o antes e o depois daquela noite. Primeiro, a ingenuidade presente na época e depois de todas as mudanças, a maturidade para analisar o ocorrido.  
O “combate de luta livre” como falou Solano Ribeiro e logo em cima eu citei, apresentava os personagens principais. Roberto Carlos, o Rei da Jovem Guarda e o galã do festival, disse que não tinha noção nem do que estava cantando. Sergio Ricardo, o vilão, afirmou que pro contexto social e político vivido naquela época, o ocorrido foi de grande importância e repercussão, mas que hoje, não faria isso. Gilberto Gil, que meses antes participava da passeata contra a guitarra elétrica, incluiu a mesma na sua apresentação junto com Os Mutantes, modificando a estética black tie e “acústica” do festival. Chico Buarque, o mocinho politicamente correto, bonito e menino de família, sorriu anos depois, afirmando que “a vida de mocinho é muito dura” justamente por carregar todas essas classificações. Caetano Veloso e Edu Lobo desabafaram que passaram anos de suas carreiras tendo de interpretar Alegria, Alegria e Ponteio, respectivamente, por conta da repercussão que suas canções ganharam após o festival. Caetano ainda comparou Alegria, Alegria, à Banda, de Chico e reconheceu a evolução musical dos participantes.
De 1967 em diante a música brasileira explodiu. Veio o Tropicalismo, as censuras aumentaram, houve a inclusão do internacional no nacional, a descoberta dos Novos Baianos e a volta do samba, a afirmação das raízes e do rock brasileiro. Novas formas de expressão musical foram inventadas e passadas de geração em geração. O ciclo da produção fonográfica aumentou e a qualidade se tornou cada vez mais inovadora. Tudo isso decorrente do agônico III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record.

Mais uma vez, Uma Noite em 67 seguiu todas as regras de um clássico documentário, não só esteticamente falando - planos, fotografia, roteiro, argumentos, como sendo eternizando a sofisticação e história da MPB. 
Um filme para marcar uma geração que presenciou e outra que nasceu com o movimento organizado. Para aqueles que gostam ou os que não conhecem, vão ao cinema mais próximo e embarquem nessa viagem não só histórica, como musical do Brasil!


terça-feira, 27 de julho de 2010

Academia da Berlinda fecha a quarta-feira das férias no UK Pub

Com um ritmo dançante e envolvente, eles apresentam músicas do novo disco e sucessos já consagrados

Cumbia com coco, merengue com carimbo e ciranda com maxixe. Essa mistura sonora é a responsável pelo grande sucesso que a Academia da Berlinda vem fazendo dentro e fora de Pernambuco. Pra fechar com chave de ouro a programação das férias, o UK Pub os recebem nesta quarta-feira (28).
Muito bem liderada por Tiné (voz e maracá), Alexandre Urêa (voz e timbales) e cia, a Academia da Berlinda se prepara este ano para lançar o seu segundo disco, Cumbia de Olinda. Com uma maturidade maior na bagagem, este novo álbum vem mais dançante que o primeiro, abordando temas do cotidiano do brasileiro e tem co-produção de Buguinha Dub. O primeiro single de Cumbia de Olinda, “Bem Melhor”, já está na boca de todos e disponível para download desde janeiro deste ano.
Para este show no UK Pub, eles já apresentam um repertório novo e além dos grandes sucessos como “Ivete”, “Envernizado”, “Brega Francês”, “Cumbia de Lutador” e entre outros que fazem as meninas bailarem e os casais apaixonados dançarem agarradinhos.
Com três anos de carreira autoral, a Academia da Berlinda bebe da fonte étnica dos ritmos calientes das Américas do Sul e Central, e principalmente, das raízes culturais do norte e nordeste do Brasil. Seu show já é sinônimo de festa garantida, recheada de dança e clima de paquera nos salões. Durante a carreira, os meninos que carregam o espírito olindense para onde vão, já se apresentaram em importantes locais do cenário musical, como o Festival RecBeat (2006), Criolina DF (2008), SESC Pompéia SP (2008), Virada Cultural SP (2009) e mais recentemente, no 20º Festival de Inverno de Garanhuns.
A banda é formada por músicos que estão ativos no mercado fonográfico de Pernambuco e participam de bandas como Eddie, Mundo Livre S/A, Orquestra Contemporânea de Olinda e DJ Dolores.
A festa começa às 21h e ainda conta com o DJ Salvador na picape. O ingresso tem valor único de R$ 15,00. O UK Pub fica na Rua Francisco da Cunha, 165, Boa Viagem. Informações: (81) 3465-1088.


SERVIÇO:


Academia da Berlinda no UK Pub (Rua Francisco da Cunha, 165, Boa Viagem) Quando: quarta-feira (28)
Hora: 22h Quanto: R$ 15,00
Informações: (81) 3465-1088   

Só um trechinho

Depois de fazer um show memorável no Festival de Inverno de Garanhuns, a Academia da Berlinda toca nesta quarta-feira (28), no UK Pub. Em processo de finalização do segundo disco, que se chamará Cumbia de Olinda e com previsão de lançamento para o segundo semestre, eles vão apresentar além das canções clássicas como Ivete, Envernizado, Brega Francês, novos sucessos que já estão na boca de todos. O ingresso custa R$15 (preço único)


Nesta sexta-feira (30), Ortinho se apresenta às 20h no Pátio de São Pedro com seu show acústico. Ele acabou de voltar de São Paulo, onde gravou no estúdio Totem, seu novo disco Herói Trancado. Arnaldo Antunes, Edgar Scandurra, Vicente, Chiquinho, Vitor Araújo, Dengue, Yuri Queiroga e mais uma quantidade boa de jóia rara participaram das gravações e preparem-se que vem coisa boa por aí! Como o próprio fala: “Rendflauu!!”



Em entrevista a revista Trip de Maio, Marcelo Camelo soltou que o Los Hermanos se juntava no segundo semestre para fazer dois shows no Nordeste. O singelo depoimento surgiu um efeito enorme e muito disse me disse ficou no ar. Agora, já está confirmado: Em Outubro, Los Hermanos volta a tocar em Recife para a felicidade geral da nação!



O Festival de Inverno de Garanhuns desse ano foi voltado muito mais para a grande quantidade de público, com atrações mais pop (se assim posso classificar) e nacionalmente conhecidas. Na quarta-feira (21), Pitty levou uma multidão de teenagers a Praça Guadalajara. Com toda razão, pois ela é uma artista que preenche todo o espaço do palco, tem atitude e uma garra maravilhosa. Do começo ao fim, o repertório é repleto de hits e a banda dela se garante muito. Na quinta-feira (22), a Sandália de Prata (SP) fez seu primeiro show por Pernambuco. Eu já conhecia a banda por ela fazer shows com a Elza Soares, mas nunca tinha ouvido as suas músicas autorais. Mostrando que em São Paulo também se faz samba, a banda fez um show muito bacana mas não o suficiente para ganhar todos os meus elogios. Quem sabe no segundo show, né?

Considerada (tarde demais) como a Nação Zumbi do momento – digo em questão do real conhecimento, do fanatismo, grande público e tudo mais de bom, a Eddie tá que tá aqui em Pernambuco e no eixo Rio-São Paulo! Pra quem sempre acompanha a banda como eu, às vezes se promete de nunca mais ir ao show por saber de cor e salteado todo o setlist e movimentos dos meninos no palco. Mas sempre mordo minha língua e lá estou, na frente do palco, mesmo que seja over (com muito gosto, diga-se de passagem). Na sexta-feira (23), também no FIG, eles fizeram um show magnífico. A Praça Guadalajara estava lotada e todos cantavam e dançavam as músicas com uma animação enorme, provando mais uma vez, que por onde a Eddie passa, independente da época do ano, é sempre um carnaval! Dos sucessos do Sonic Mambo até o Carnaval do Inferno, foram tocados por Fábio Trummer e cia. O show foi tão animado, que eles voltaram mais de 2 vezes pra fazer o grand finale.

SHOW DE LANÇAMENTO DO AMIGO DO TEMPO – Dia 27 de agosto, no Teatro da UFPE, Mombojó! Os ingressos estão à venda na loja Avesso e no próprio Teatro, nos valores de R$30 (inteira) R$15 (meia).  Uma promoção legal: Quem levar 1kg de alimento não perecível, paga meia entrada! 

segunda-feira, 19 de julho de 2010

“Deixe que digam, que pensem, que falem...”

Deixa isso pra lá, música eternizada na voz de Jair Rodrigues, em 1964, pode ser dedicada à Maria Rita, já que ela é uma interprete que dá o que falar de um lado do público, que tem críticas para tudo e todos. Muitos afirmam que ela não tem personalidade, fazendo sua carreira em cima a história da mãe, Elis Regina. Indo em ”confronto” a uma das primeiras entrevistas que a cantora deu no início da carreira, onde afirmava que não queria ser comparada com toda a força musical de Elis.
Mas que nada, deixa isso pra lá (sempre) porque o potencial de Maria Rita vai além do sangue artístico que corre na sua veia. E quem sabe depois de tanta convivência entre Jair e Elis, na época áurea do Fino da Bossa, essa canção num é pra ela mesmo?
Antes de lançar seu primeiro CD, em 2002, Maria Rita foi a vencedora do Prêmio APCA, como Revelação do ano. Bem, tudo começou explosivo demais e assim continuou. Com três discos e três DVDs lançados, todos com números avassaladores de vendas e prêmios, Maria Rita também leva na bagagem uma vasta lista de músicas de grandes compositores brasileiros que com sua interpretação, ganham uma vida e uma força muito maior. Não vou compará-la à Elis Regina, mais sim, a intensidade musical e performática que, por exemplo, Maria Bethânia coloca em sua sonoridade. Fui exagerada? Não, acho que não...
Maria Rita tem uma postura misteriosa e introspectiva no palco. No decorrer do arranjo, ela vai se abrindo e mostrando realmente cada palavra que a música quer passar, de forma voraz e grandiosa. Marcelo Camelo, Lenine, Paulinho Moska, Rodrigo Maranhão, Rita Lee, Milton Nascimento, Gonzaguinha e Arlindo Cruz, são alguns nomes por qual a trajetória da cantora já percorreu. Caminhos certos, que cruzam entre flores, solidão, tempestades, amor, revoltas, vitórias... Encontros e desencontros.

Maria Rita e Marcelo Camelo – Santa Chuva
Que Marcelo Camelo é um dos maiores compositores atuais do Brasil, isto já é confirmado. A nova MPB transita em artistas como ele. Santa Chuva é um exemplo de canção poética, que ganha uma interpretação cinematográfica na voz de Maria Rita. Num duelo de sentimentos e separações, ela consegue transmitir numa das maiores obras primas de Camelo, a intensidade forte e poderosa, de uma tempestade que alaga dentro e fora.
Maria Rita e Paulinho Moska - Muito Pouco
O crescimento musical de Muito Pouco, do disco Segundo até o DVD ao vivo do Samba Meu, foi absurda. Não só os arranjos ficaram mais redondos, como Maria Rita conseguiu uma força inigualável nesse canto paradoxal. Os gestos e timbres alcançados na música se tornam imbatível para todas as demais interpretações que possam vir de Muito Pouco. Digo isso, com todo o respeito do mundo ao Moska, que acaba de lançar seu novo disco intitulado de Muito Pouco também, e que faz uma versão numa levada de tango, mas não consegue passar a real mensagem forte dessa música, tal qual Maria Rita.
Maria Rita e Rita Lee - Só de Você
Rita Lee já fez de Maria Rita “mais macho que muito homem”, nas canções Pagu e Agora Só Falta Você. A rainha do rock brasileiro já passou por várias etapas psicodélicas e no ano de 1982, no disco Flagra, lançou uma canção “meio démodé”, que foi Só de Você. Com uma nova roupagem nos arranjos e com um tom mais jazzístico, Maria Rita dá outra vida à canção. Leve, cool, envolvente e refinada, Só de Você foi a melhor aposta sobre Rita Lee.   
Maria Rita e Arlindo Cruz – Trajetória
Enganam-se os que pensam que Trajetória é uma música nova e teve sua primeira gravação com a Maria Rita. Em 1997, esta música foi faixa título do disco da Elza Soares, numa interpretação de garra para o samba de Arlindo Cruz. Dez anos depois, aquele mesmo samba de Arlindo, foi regravado de forma mais clara, limpa e reflexiva. Ouvir Maria Rita cantando Trajetória soa como um “mantra contemporâneo” para os que estão cansados de amar.

(Esses são pequenos exemplos de algumas interpretações de Maria Rita, que agora me recordo e consigo transcrever)

Com quase três anos em turnê com o último disco, Samba Meu, muitas sensações foram feitas e desfeitas. Outras até, reafirmadas. Mas agora, Maria Rita segue com um novo show, mais intimista e sem perspectiva de gerar disco ou qualquer gravação de DVD. O setlist apresenta canções já conhecidas na voz da cantora e algumas novas que vão dar o que falar.
Dias desses, lendo o blog Notas Musicais, de Mauro Ferreira, encontrei uma resenha maravilhosa sobre esse novo show no Tom Jazz, em São Paulo e me fez refletir mais ainda na potencialidade de Maria Rita, confirmando assim, a capacidade que ela tem de valorizar a música, com detalhes minuciosos e ricos.

Trecho do post “Maria Rita fica solta na intimidade do Tom Jazz

 

“(...)Somente o número de abertura - Conceição dos Coqueiros, pungente música de Lula Queiroga (bem) gravada por Elba Ramalho no álbum Qual o Assunto que Mais lhe Interessa? (2007) - já vale a ida ao show. A música soa quase como uma oração na voz de Rita - mas sem tom solene - e ganha significado ainda maior quando, ao fim, o arranjo a emenda comSantana (Junio Barreto), tema que também toca na questão religiosa de forma poética, sem clichês espiritualistas. Maria Rita - vale lembrar - ia gravar Santana no álbum Segundo (2005), mas desistiu porque o compositor já tinha dado a preferência a Gal Costa, que registrou Santana em seu revigorante CD Hoje (2005).

 

Conceição dos Coqueiros, também se encontra num dos melhores discos da trilogia de Lula Queiroga, Azul Invisível, Vermelho Cruel. Esta canção, de difícil interpretação e que já foi também tema de um documentário, serve como mais uma aposta para Maria Rita como “melhor interpretação” e projeta bons frutos audíveis e visuais pela frente. Santana, de Junio Barreto, também já foi regravada por Lenine, com certeza cai como uma oração, como o próprio Mauro Ferreira falou, no conjunto “abertura de show”.


Acho que ela escolhe a dedo as canções, né? Cada uma com uma essência diferente, compositores diversos, gêneros musicais tradicionalmente brasileiros, que com Maria Rita, ganham uma personalidade única e indescritível.

 

Só me resta agora, ouvir, sentir e interpretar mentalmente cada uma. E Maria Rita, aí vai um recado meu, por Jair Rodrigues:

 

 “Vai, vai, por mim...”


*Foto - crédito: Tripolli

Original Olinda Style, com a banda Eddie no UK Pub

A banda Eddie desce mais uma vez as ladeiras da cidade alta e chega no UK Pub pra fazer o eterno carnaval.

Sinônimo de festa garantida até o sol raiar, a banda Eddie volta à Recife após uma turnê no Sudeste e toca no UK Pub toda a “maloqueiragem” Original Olinda Style Roots, nesta quarta-feira (21).  Há mais de 20 anos de carreira, com um pé na história do Manguebeat e atraindo todo o tipo de público, a Eddie é um misto de grooves  que vão do rock ao samba, passando pelo reggae e dub, até chegar no autêntico frevo pernambucano.
Com quatro discos lançados, Carnaval no Inferno é o último trabalho da banda e vem colhendo frutos produtivos. “Todas as cidades já estão em chamas”, é uma síntese de todo o carnaval efervescente que a banda propõe, mesmo o disco apresentando uma fase mais introspectiva e requintada.  Bairro Novo/Casa Caiada, Desequilibrio, Quase Não Sobra Nada, O Balie Betinha e Me Diga o que não foi legal, são alguns dos hits do novo álbum, que já estão na boca do público de todo o Brasil. Sem faltar, é claro, dos clássicos como Pode me Chamar, Danada, Lealdade, Vida Boa, Sentado na Beira do Rio e entre outras.
Depois de várias formações, a Eddie é composta por Fábio Trummer (guitarra & voz), Urêa (percussão & voz), Andret (trompetes, teclados & samplers), Kiko (bateria) e Rob (baixo). Desde do começo, fazem parte da história do mercado fonográfico brasileiro, com composições de Fábio Trummer sendo firmada nas interpretações da Naçao Zumbi, Cássia Eller, Wado, Karina Buhr, Marcelinho da Lua e entre outros. Além do Brasil, a banda já se conquistou a Europa com uma coletânea lançada especialmente para o público gringo.
A farra ainda conta com a participação do DJ Salvador e começa a partir das 22h. Os ingressos custam R$ 15,00 (mulher) e R$ 25,00 (homem). O UK Pub fica na Rua Francisco da Cunha, 165, Boa Viagem. Informações: (81) 3465-1088.

SERVIÇO


Eddie no UK Pub (Rua Francisco da Cunha, 165, Boa Viagem) Quando: quarta-feira (21)
Hora: 22h Quanto: R$15,00 (mulher) e R$25,00 (homem)
Informações: (81) 3465-1088

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Toque, toque, DJ!






Qual é o papel do DJ?

A - Animar as festas colocando músicas legais.
B - Fazer um setlist único, próprio e personalizado. Afinal, cada DJ é diferente do outro.
C - Aperta o play e deixa rolar.
D - Sair escolhendo músicas que já são remixadas e modificadas, e sair jogando no meio de algumas criações.
E - Nenhuma das alternativas acima.
F - Não sei diferenciar um DJ de outro, pra mim é tudo a mesma coisa.
G - Se eu me divirto e danço, pra quê vou me preocupar?

Não estou aqui para explicar o que é ser DJ, o que ele faz, nem dizer a diferença ou significado de mixtapes, mashups, drum & bass, house, progresive-trance... Nada disso!  Apenas queria dividir um pouco das minhas (leigas) dúvidas quanto a esse artista que tem tamanha importância tal qual cantores, compositores, músicos e instrumentistas.

Sinto que hoje em dia, o papel do DJ está dividido em três partes:
1 - Os que ganharam a mídia e o mercado fonográfico
2 - Aqueles que ralam de festa em festa, criando novos sons e inovando
3 - Pega um laptop, faz uma lista legal, coloca um look moderno e faz carão de importante

Inicialmente, os disc jockey saíram das rádios e invadiram as pistas de dança na década de 70, portando uma grande quantidade de vinis e controlando a mixada das músicas cuidadosamente. O tempo passa e a tecnologia invade de forma avassaladora, modificando muita coisa e abrindo espaço para uma certa “facilidade musical”. Com a popularização do CD e a criação dos CDJs (aparelho cheio de recursos para o controle e efeito nas músicas), os DJs ganharam um espaço muito maior nos eventos e essa profissão se tornou freqüente no meio musical.
A delicadeza de escolher o tempo das composições, o momento certo dos loopings, o timbre, quando termina e vira para outra música, agora é uma profissão a parte nas diversas vertentes de DJ. Tanto os que trabalham com vinil, CDs ou softwares, o talento musical se encontra nessas pequenas percepções sensoriais e sonoras.
No fim das contas, o DJ é basicamente aquele que tem a função de conhecer a festa, o público, a energia e vibração do local, para poder fazer bem feito com todo o seu trabalho. Ser autêntico, eclético, criativo. Produzir, fazer o seu nome, crescer de acordo com sua capacidade. E não, ser apenas um animador de festa, que tá lá apenas pra jogar uma quantidade X de músicas do nada para o nada. Bem, no geral, acho que tá tudo meio banalizado.

O motivo deste post é dividir essas questões com vocês e procurar discutir alguns pontos certos e/ou errados. Pois na minha opinião, é muito fácil ser classificado como DJ hoje em dia...

Fique livre para falar (sempre, claro)!