“Eu Vi o Recife nas Asas da Madrugada.” E assim foi mais um Carnaval, mais uma quarta-feira ingrata se aproximou, dando termino à toda anarquia carnal. Festividade esperada durante todo o decorrer do ano por todo brasileiro e se tratando de um bom pernambucano, toda brincadeira termina em frevo, ciranda e maracatu.
A cidade treme desde dezembro. Prévias, blocos de rua, encontros de troças, fantasias saindo dos baús, confetes e serpentinas colorindo com alegria as almas perfumadas. Esse é o Carnaval de múltiplos adjetivos de Recife e que todo mês de fevereiro se encontra de braços abertos ao folião.
Neste ano um ritmo diferente dominou todos os pólos, pontes e ladeiras: a chuva! Ela veio com tudo para lavar as almas, esquentar os pensamentos ruins, e animar ou entristecer aqueles que ficaram amedrontados com a ornamentação do céu (diga-se de passagem os trovões e relâmpagos).
A abertura do Carnaval na sexta-feira foi encantadora. Naná Vasconcelos e as nações de maracatu, abriram a noite com a jovialidade erudita de Vitor Araújo e a eterna modernidade de Caetano Veloso. Sem lenço e sem documento, frevos de bloco se misturaram a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério e logo depois o palco foi completado por Miucha com seu sorriso aconchegante. Mas o que fechou a noite e voou entre as cores das asas da nova américa, foi o projeto liderado por Ortinho, a Nave do Frevo, que junto a artistas como Lula Queiroga, Junio Barreto, Fábio Trummer, China, Silvério, Fred 04, Mônica Feijó e Isaar, transformaram as canções do homenageado Carlos Fernando em um tempo folião. Com uma releitura dos clássicos do “Asas da América”, eles apresentaram ao público o frevo que pode sim, ser ouvido e sentido de outra maneira além dos dias de do reinado de Momo, transformando o universo com o sopro da melodia mas característica e verdadeira de Pernambuco.
O sábado de Zé Pereira foi repleto de chuva e fez com que a estrutura e o som do palco principal do Marco Zero fosse abalada, chegado ao chegado ao cancelamento das apresentações de Elba Ramalho, Silvério com Fernanda Abreu e Antônio Carlos Nóbrega. Porém, a nova data para esses shows já foi remarcada (dia 13 de março, representando as festividades do aniversário de Olinda e Recife, no mesmo palco do Marco Zero).
Mas fica uma pergunta no ar: Será que realmente o tempo que foi o causador do desastre ou o projeto de palco não foi bem planejado? Os gastos da construção foram altíssimos, a equipe de organização veio de fora do Recife... É, espero que tenha sido a chuva mesmo!
Aos que se atreveram a continuar no Recife Antigo e enfrentaram a chuva torrencial e assitiram ao show de Dj Dolores e Gogol Bordello (Ucrânia) – banda multietinica que mistura um punk folk cigano, e ficou no lugar de Afrika Bambaataa após o cancelamento de seus shows pelo Brasil. Aproveitando a passagem de Eugene Hütz pelo carnaval Multicultural, a produção do Rec Beat o incluiu dentro do festival e a noite do sábado ficou marcada por tanto swingue indefinido (embora muito mais teatral e um dj soltando o som) e mais uma vez chuva, muita chuva!
No domingo a chuva deu uma trégua e logo às 4hrs da tarde, o palco do Rec Beat estava lotado de gente para ver o Quanta Ladeira. Sem muito compromisso, Lula Queiroga, sua trupe e uma boa quantidade de convidados (só esse ano entre prévia e apresentação, passou Caetano Veloso, Moska, Junio Barreto, Otto, Pitty, Nelson Motta...) se unem e colocam o verbo (ou os palavrões) pra fora enre paródias bem elaboradas, dos principais acontecimentos que se tornaram manchetes em todo Brasil e mundo a fora, transformando em hino por durante um bom tempo. O “Quanta is Over?”, acho que não!
Há um bom tempo atrás, o domingo de Carnaval é marcado pelas melhores programações. Tanto no palco principal do Marco Zero como o palco Mangue do Rec Beat. E esse ano não foi diferente.
No Marco Zero teve Mundo Livre S/A com sua galera e Manu Chao (que na segunda-feira apresentaria num dos pólos descentralizados seu novo show completo – La Radiolina) mostrando que a arte de mexer vem desde do tempo da pedra lascada. Logo depois teve o show de Lenine. Seguindo em turnê com seu novo show, Labiata, ele mostrou aos foliões uma pegada mais rock’n’roll - praireira e os convidou a serem a participação especial do show, afirmando que sempre trás participações especiais de grandes nomes, mas que este ano ao completar 50 anos no último dia 2 de fevereiro, resolveu nos contemplar com esse presente colocando grandes sucessos no seu setlist. Ao mesmo tempo que rolava o show de Lenine no Marco Zero, o Rec Beat já tinha recebido o Vitor Araújo e estava em palco a Eddie e seu Carnaval no Inferno. Embora com mais de 15 anos de vida, a Eddie é uma banda que vem alcançando seus espaços agora entre Recife-Olinda a fora. Tendo Fábio Trummer como um grande letrista, a banda evolui a cada apresentação e faz com que o público se tornem parte da banda por serem tão envolventes suas apresentações. Todos que assistiram ao show, com certeza sambaram como nunca tinham sambado!
Mas ainda tinha o esperado show da Nação Zumbi junto a Siba e a Fuloresta. O último show da noite do palco principal, levou todos ao som das alfaias e riffs de uma banda que carrega de fato toda a escência que saiu da lama para a fama e hoje está aí independente e mais autentico.
Além das obras de Cícero Dias (outro homenagiado do Carnaval Multicultural 2009) que davam cores e formas nas ruas do Recife Antigo, a chuva foi a principal ornamentação do ínicio da noite. Ainda bem que nenhum show chegou a ser cancelado (embora no polo da Várzea com Silvério e Lenine) e em torno das 22hrs, no palco do Rec Beat, Silvia Machete e toda sua ‘carioquisse’ encantavam aos poucos animados que enfrentaram o caos da chuva. Como se esperava, ela mostrou a todos sua irreverencia própria, canções meio bossa nova e rock’n’roll e uma presença de palco pra lá da Big Apple.
Um samba meu, seu, nosso. A segunda-feira foi embalada pelo samba e em torno das 3hrs da manhã, Maria Rita sobe ao palco do Marco Zero. Um público enorme a espera de sua simpatia tímida, suavidade charmosa e toda malemolência de uma artista que com certeza é completa. Apresentando um dos melhores shows do carnaval, Maria Rita anestesiou todos os corações apaixonados e embalou todos os sujeitos que gostam de samba.
“Amahã tudo volta ao normal. Deixa a festa acabar, deixa o barco correr, deixa o dia raiar...” Isso mesmo! A terça-feira chegou tão rápida, entre shows e clima de descontração, que a vontade de todo folião era aproveitar ao máximo o último dia de folia.
Logo cedo, aconteceu uma sequencia de shows muito bons no Pátio de São Pedro: Eddie, Academia da Berlinda e China com participação de Nina Becker, Marina de La Riva e Zé Cafofinho. Foi simplesmente “completo”. Todos que estavam lá eram de fato apreciadores dos artistas, tornando o ambiente mágico e único. Eddie entrou no palco primeiro e desequilibrou a todos fazendo até, um cover de Nantes – Beirut. A Academia da Berlinda tocou tão introsado com seus “pintinhos de saia” que merecia mais horas de baila, baila. China mais uma vez mostrou que é a jóia mais preciosa de todas. Com uma apresentação forte, ele entrou de Cupido e trouxe o amor de Nina Becker e os ojos malignos de Marina de La Riva, fazendo uma mini confraria das sedutoras.
Do Pátio de São Pedro direto para as ruas do Rec Beat, a noite era de 10 anos de Cordel do Fogo Encantado. O calor da multidão que recebia a banda, era acolhedor. Lirinha entrou no palco colocando o sentimento de todos para fora, fazendo do ritmo do corpo o mesmo de suas percussões e chamou Canibal (Devotos) ao palco para divir uma música com todo um valor histórico, A Matadeira. O show foi completo de harmonia da banda com o público e terminou com pandeiro e alfaia pelos ares.
Mas ainda tinha a Apoteose, os fogos de artificio colorindo o céu, todos os artistas que passaram pelos palcos de multi-cor-cultura-som reunidos numa só voz. O Marco Zero realmente deixou o dia raiar!
A cidade treme desde dezembro. Prévias, blocos de rua, encontros de troças, fantasias saindo dos baús, confetes e serpentinas colorindo com alegria as almas perfumadas. Esse é o Carnaval de múltiplos adjetivos de Recife e que todo mês de fevereiro se encontra de braços abertos ao folião.
Neste ano um ritmo diferente dominou todos os pólos, pontes e ladeiras: a chuva! Ela veio com tudo para lavar as almas, esquentar os pensamentos ruins, e animar ou entristecer aqueles que ficaram amedrontados com a ornamentação do céu (diga-se de passagem os trovões e relâmpagos).
A abertura do Carnaval na sexta-feira foi encantadora. Naná Vasconcelos e as nações de maracatu, abriram a noite com a jovialidade erudita de Vitor Araújo e a eterna modernidade de Caetano Veloso. Sem lenço e sem documento, frevos de bloco se misturaram a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério e logo depois o palco foi completado por Miucha com seu sorriso aconchegante. Mas o que fechou a noite e voou entre as cores das asas da nova américa, foi o projeto liderado por Ortinho, a Nave do Frevo, que junto a artistas como Lula Queiroga, Junio Barreto, Fábio Trummer, China, Silvério, Fred 04, Mônica Feijó e Isaar, transformaram as canções do homenageado Carlos Fernando em um tempo folião. Com uma releitura dos clássicos do “Asas da América”, eles apresentaram ao público o frevo que pode sim, ser ouvido e sentido de outra maneira além dos dias de do reinado de Momo, transformando o universo com o sopro da melodia mas característica e verdadeira de Pernambuco.
O sábado de Zé Pereira foi repleto de chuva e fez com que a estrutura e o som do palco principal do Marco Zero fosse abalada, chegado ao chegado ao cancelamento das apresentações de Elba Ramalho, Silvério com Fernanda Abreu e Antônio Carlos Nóbrega. Porém, a nova data para esses shows já foi remarcada (dia 13 de março, representando as festividades do aniversário de Olinda e Recife, no mesmo palco do Marco Zero).
Mas fica uma pergunta no ar: Será que realmente o tempo que foi o causador do desastre ou o projeto de palco não foi bem planejado? Os gastos da construção foram altíssimos, a equipe de organização veio de fora do Recife... É, espero que tenha sido a chuva mesmo!
Aos que se atreveram a continuar no Recife Antigo e enfrentaram a chuva torrencial e assitiram ao show de Dj Dolores e Gogol Bordello (Ucrânia) – banda multietinica que mistura um punk folk cigano, e ficou no lugar de Afrika Bambaataa após o cancelamento de seus shows pelo Brasil. Aproveitando a passagem de Eugene Hütz pelo carnaval Multicultural, a produção do Rec Beat o incluiu dentro do festival e a noite do sábado ficou marcada por tanto swingue indefinido (embora muito mais teatral e um dj soltando o som) e mais uma vez chuva, muita chuva!
No domingo a chuva deu uma trégua e logo às 4hrs da tarde, o palco do Rec Beat estava lotado de gente para ver o Quanta Ladeira. Sem muito compromisso, Lula Queiroga, sua trupe e uma boa quantidade de convidados (só esse ano entre prévia e apresentação, passou Caetano Veloso, Moska, Junio Barreto, Otto, Pitty, Nelson Motta...) se unem e colocam o verbo (ou os palavrões) pra fora enre paródias bem elaboradas, dos principais acontecimentos que se tornaram manchetes em todo Brasil e mundo a fora, transformando em hino por durante um bom tempo. O “Quanta is Over?”, acho que não!
Há um bom tempo atrás, o domingo de Carnaval é marcado pelas melhores programações. Tanto no palco principal do Marco Zero como o palco Mangue do Rec Beat. E esse ano não foi diferente.
No Marco Zero teve Mundo Livre S/A com sua galera e Manu Chao (que na segunda-feira apresentaria num dos pólos descentralizados seu novo show completo – La Radiolina) mostrando que a arte de mexer vem desde do tempo da pedra lascada. Logo depois teve o show de Lenine. Seguindo em turnê com seu novo show, Labiata, ele mostrou aos foliões uma pegada mais rock’n’roll - praireira e os convidou a serem a participação especial do show, afirmando que sempre trás participações especiais de grandes nomes, mas que este ano ao completar 50 anos no último dia 2 de fevereiro, resolveu nos contemplar com esse presente colocando grandes sucessos no seu setlist. Ao mesmo tempo que rolava o show de Lenine no Marco Zero, o Rec Beat já tinha recebido o Vitor Araújo e estava em palco a Eddie e seu Carnaval no Inferno. Embora com mais de 15 anos de vida, a Eddie é uma banda que vem alcançando seus espaços agora entre Recife-Olinda a fora. Tendo Fábio Trummer como um grande letrista, a banda evolui a cada apresentação e faz com que o público se tornem parte da banda por serem tão envolventes suas apresentações. Todos que assistiram ao show, com certeza sambaram como nunca tinham sambado!
Mas ainda tinha o esperado show da Nação Zumbi junto a Siba e a Fuloresta. O último show da noite do palco principal, levou todos ao som das alfaias e riffs de uma banda que carrega de fato toda a escência que saiu da lama para a fama e hoje está aí independente e mais autentico.
Além das obras de Cícero Dias (outro homenagiado do Carnaval Multicultural 2009) que davam cores e formas nas ruas do Recife Antigo, a chuva foi a principal ornamentação do ínicio da noite. Ainda bem que nenhum show chegou a ser cancelado (embora no polo da Várzea com Silvério e Lenine) e em torno das 22hrs, no palco do Rec Beat, Silvia Machete e toda sua ‘carioquisse’ encantavam aos poucos animados que enfrentaram o caos da chuva. Como se esperava, ela mostrou a todos sua irreverencia própria, canções meio bossa nova e rock’n’roll e uma presença de palco pra lá da Big Apple.
Um samba meu, seu, nosso. A segunda-feira foi embalada pelo samba e em torno das 3hrs da manhã, Maria Rita sobe ao palco do Marco Zero. Um público enorme a espera de sua simpatia tímida, suavidade charmosa e toda malemolência de uma artista que com certeza é completa. Apresentando um dos melhores shows do carnaval, Maria Rita anestesiou todos os corações apaixonados e embalou todos os sujeitos que gostam de samba.
“Amahã tudo volta ao normal. Deixa a festa acabar, deixa o barco correr, deixa o dia raiar...” Isso mesmo! A terça-feira chegou tão rápida, entre shows e clima de descontração, que a vontade de todo folião era aproveitar ao máximo o último dia de folia.
Logo cedo, aconteceu uma sequencia de shows muito bons no Pátio de São Pedro: Eddie, Academia da Berlinda e China com participação de Nina Becker, Marina de La Riva e Zé Cafofinho. Foi simplesmente “completo”. Todos que estavam lá eram de fato apreciadores dos artistas, tornando o ambiente mágico e único. Eddie entrou no palco primeiro e desequilibrou a todos fazendo até, um cover de Nantes – Beirut. A Academia da Berlinda tocou tão introsado com seus “pintinhos de saia” que merecia mais horas de baila, baila. China mais uma vez mostrou que é a jóia mais preciosa de todas. Com uma apresentação forte, ele entrou de Cupido e trouxe o amor de Nina Becker e os ojos malignos de Marina de La Riva, fazendo uma mini confraria das sedutoras.
Do Pátio de São Pedro direto para as ruas do Rec Beat, a noite era de 10 anos de Cordel do Fogo Encantado. O calor da multidão que recebia a banda, era acolhedor. Lirinha entrou no palco colocando o sentimento de todos para fora, fazendo do ritmo do corpo o mesmo de suas percussões e chamou Canibal (Devotos) ao palco para divir uma música com todo um valor histórico, A Matadeira. O show foi completo de harmonia da banda com o público e terminou com pandeiro e alfaia pelos ares.
Mas ainda tinha a Apoteose, os fogos de artificio colorindo o céu, todos os artistas que passaram pelos palcos de multi-cor-cultura-som reunidos numa só voz. O Marco Zero realmente deixou o dia raiar!
É de fazer chorar e todos os voos acabam. De canto a canto Pernambuco se enfeitou, canções foram cantadas e transformadas em hinos, os foliões se misturaram mostrando que não há diferença na diversão. Agora todos desatinaram e mais um ano começa.
Carnaval agora, só no ano que vem.
Carnaval agora, só no ano que vem.