segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

102 fevereiros de frevo.


É frevo de canção, de bloco, de rua. É frevo do mundo.
Frevo, ferver, fanfarra, agitar, misturar. Ritmo de um e de todos.
Seja dançando, seja ouvindo. O frevo é contagiante, é o marco da cultura pernambucana, é um povo que se liberta não só em quatro dias de folia.
Invade a cabeça, o corpo, embala os pés. É um jogo de alegria contagiante.
Dança instrumental, marcha em tempo binário e andamento rapidíssimo. Assim o ensaísta Mário de Andrade sumariza o frevo em seu Dicionário Musical Brasileiro (Editora Itatiaia, reedição, 1989).
Ao soar dos clarins, o frevo começa e não quer mais parar. São 102 anos de sentimento, musicalidade, cores, passos e compassos.
Dos bumbos do maracatu, da tesoura da capoeira, dos estandartes no ar. O frevo tem um significado religioso, igualmente a uma romaria em devoção ao santo mais poderoso.
Os santos do Frevo têm outros nomes. São mestres, poetas e lendários. Capiba, Nelson Ferreira, Carlos Fernando, J. Michiles, Edgar Moraes, Alceu Valença.
Capiba já afirmou que Pernambuco tem uma dança que nenhuma terra tem. Dança e música, por completo.
Alceu Valença já mandou rodar e avisar. Entre ladeiras, batuques e sonhos de valsa, ele se tornou a expressão viva do frevo.
Nos guardamos psicologicamente o ano inteiro, até chegar fevereiro. Os dias passam, todos desatinam ao chegar na terça-feira ingrata e no amanhã que já volta ao normal.
O frevo continua. Mas um dia ele acabar, juro que vou chorar!

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