quinta-feira, 26 de março de 2009

Lula Queiroga, olhando o movimento.


A mente em ação. Lula Queiroga é completo. Ouve, cria, escreve, produz. É acelerado e inquieto. Tudo alimenta sua alma artística, a música está em todo canto, independente da celebração. Ele Tem Juízo Mas Não Usa. Usa sim, nos momentos devidos.
Nesta quinta-feira, 26 de março, o Teatro da UFPE, o recebe para lançar seu novo disco, terceiro de sua carreira solo (antes de tudo, existe o Baque Solto (1983) Lenine & Lula Queiroga) - Aboiando a Vaca Mecânica (2001) e Azul Invisível, Vermelho Cruel (2004); Tem Juízo Mas Não Usa (2009).
Inicialmente nomeado de Tudo Enzima, este projeto começou a ser formulado há 3 anos, dentro do estúdio da Luni (Produtora de Lula e Dani Hoover, sua esposa). Foram surgindo primeiras canções, experimentações sonoras, parcerias nas composições, temas em cima de paisagens e danos ambientais. O Tem Juízo Mas Não Usa vem com a força das novas tecnologias, com a vontade de fazer música, ruído, barulho. São 15 músicas e uma delas, Belo Estranho Dia de Amanhã, foi gravada pela Roberta Sá em seu último disco. Lula pensa alto, é o verbo e a verba. Existem mais de 200 composições que foram gravadas por diversos intérpretes. Ele é multi-pluri-culturalidade.
Tudo Enzima virou Tem Juízo Mas Não Usa devido às pérolas das falas populares. Como herança, Lula ganhou do pai o hábito de colecionar palavras, frases. Com ajuda de Dani, lá no Rio de Janeiro, eles mudaram. O nome foi aceito e se tornou música com parceria de Pedro Luís.
Hoje, ele está completo, prestes a cegar o juízo e estourar os ouvidos de quem absorve. Cheio de participações especiais (e particulares do dia-a-dia) de Lenine, Lirinha, Pedro Luiz, China, Sérgio Dias Baptista, Felipe S, Digital Groove, Júnior Black, Jr Tostoi, Silvério Pessoa, Pupilo e outros. Lula avisa: "Os que ficaram de fora, cabe no outro disco."
O encarte do CD tem a foto de Luca, o filho de Lula. Luca tem de tudo, até juízo. Mas como é de família, só usa quando quer.
Com certeza, será um disco bem falado durante o ano. Quem conhece, sabe da afinidade e parceria entre Lula e Lenine. Mas me perdoe o premiado Labiata do Lenine do ano passado, mas Tem Juízo Mas Não Usa é muito mais sonoro. Lula Queiroga é o atirador, tarda mas não falha.

A promo de divulgação para esse lançamento foi super pesada. Muito bem elaborada e divulgada. Inicialmente, tudo foi feito pela internet. Myspace, blog, orkut, twitter, flickr, youtube. Um pouco disso tudo foi preciso. Em 15 dias mais de 25mil acessos no Myspace, metade as músicas do novo CD estão na lista. O blog e o twitter, é como se você tivesse trocando uma ideia com Lula. Totalmente a cara dele, a Disneylândia de seus pensamentos. O Flickr foi o ponto máximo de ligação e aproximação entre o público. Pessoas do mundo inteiro enviaram fotos para tornar parte do cenário do show - durante o show, imagens serão projetadas no fundo do palco. Pelo youtube e orkut, mostraram inovações.

Tragam a vasilha! Lula Queiroga tem de tudo pra mostrar, até juízo.

O show esperado por muitos, está aí:
26 de março, às 21h
Teatro da UFPE - Recife
Ingressos antecipados: R$20,00 (inteira) e R$10,00 (estudante)
Ingressos na hora: R$30,00 (inteira) e R$ 15,00 (estudante)


quarta-feira, 25 de março de 2009

Vanguart em Recife, marcado e desmarcado.


Vanguart no Coquetel Molotov: 19 de setembro de 2008 - CANCELADO!
Vanguart no Recicle Festival: 07 de fevereiro de 2009 - CANCELADO!Vanguart no Recicle Festival: 04 de abril de 2009- CANCELADO!
Vanguart no Recicle Festival: 08 de maio de 2009 - A CONFIRMAR! (ou seja, eles cansaram da palhaçada desse festival)Vanguart no Abril pro Rock: 18 de abril de 2009 - CONFIRMADO!

Sim, vamos por partes!
O Recicle Festival, é (ou era) um festival que unia diversas atrações da cena musical brasileira com mensagens de consciência ambiental, política e social, respeito às diferenças e reciclagem. Fazendo um ambiente voltado pro futuro de qualidade e musicalidade.
No decorrer das programações, muitas bandas confirmaram e cancelaram suas presenças. Além do mais, o próprio festival também errou e tornou sua credibilidade vergonhosa tanto para o público, para as bandas envolvidas e para o Estado. Se a produtora envolvida não tem condição de fazer um evento de grande porte, não ouse tentar acontecer. Existem várias outras que conseguem colocar o status de Recife para cima sem precisar expor negativamente os projetos por aqui.
Me refiro especificamente à Vanguart, pois casos parecidos já aconteceram com eles. O show do Coquetel Molotov, eles iriam participar e foi cancelado 'por motivos maiores'. O Recicle Festival? Nem comento mais. Seria melhor o próprio festival ser cancelado!

Agora vem a parte melhor, diretamente da comunidade do Orkut do APR:

Paulo André
Vanguart confirmada no Abril Pro Rock 2009
A banda Vanguart foi confirmada na programação do sábado, dia 18/04.”

Agora a programação do Abril Pro Rock 2009 está fechada.

17 de Abril (sexta)
Motorhead (Inglaterra)
Matanza (RJ)
AMP (PE)
Decomposed God (PE)
Black Drawing Chalks (GO)
18 de Abril (sábado)
Marcelo Camelo (RJ)
Mundo Livre S/A (PE)
Heavy Trash (EUA)
Móveis Coloniais de Acaju (DF)
Vanguart (MT)
Retrofoguetes (BA)
Volver (PE)
Vivendo do Ócio (BA)
Johnny Hooker & Candeias Rock City (PE)
The Keith (PE)

Os ingressos continuam o mesmo valor - sexta-feira R$ 100 inteira / R$ 50 meia / R$ 70 + 1kg de alimento não perecível para o ingresso social e sábado R$ 50 inteira / R$ 25 meia e R$ 30 + 1kg de alimentos não perecível para o ingresso social

PS.: A Vanguart lança hoje o DVD Multishow Registro Vanguart, que conta com a participação de Mallu Magalhães, Luiz Carlini e Arthur de Faria.

terça-feira, 24 de março de 2009

Just a Fest - Just a Moment


Neste último final de semana, aconteceu no Rio de Janeiro e em São Paulo o Just a Fest. Festival que com certeza vai ficar marcado tal qual grandes shows que já passaram em solos brasileiros e se nova oportunidade rolar, irá fazer parte do calendário de eventos do país. Essas duas cidades foram a base para as apresentações de Radiohead, Kratwerk e a volta-fim dos Los Hermanos.
Não tive oportunidade de ir a algumas dessas cidades, porém, graças ao Multishow – que transmitiu o show de São Paulo pela internet e televisão, e notícias divulgadas, consegui alguma noção do que foi esse mega-evento.

Quase 20 anos de espera desde sua criação, Radiohead, uma das bandas mais cultuadas dos anos 90, fez um show impecável, com um setlist de 25 músicas (com a ausência de hits como “Fake Plastic Trees” e “High and Dry”), para uma média de 30mil pessoas no Rio de Janeiro e em São Paulo. O cenário com um jogo de luzes e cores psicodélicas, foi fora do sério. Música e arte de alto bom gosto.
Em ambas cidades, o festival começou pontualmente e a Radiohead entrou no palco às 22:30min, com direito a Thom Yorke soltando uns “Boa Noite” em portguês.
A Radiohead deixou o Brasil com a capacidade de que o rock pode se reinventar.
Entre Los Hermanos e Radioread, teve a apresentação de perfeita conexão entre sons e imagens projetadas pelo Kraftwerk. Eles reescreveram a história da música eletrônica com um show feito por quatro laptops e um conceito tecno-futurista próprio da banda: a mistura entre o homem e a máquina. Após 40 anos de existência, eles ainda continuam modernos e hypes na cena eletrônica pela Alemanha à fora.
Mas tudo começou pontualmente às 19h, com o Los Hermanos. Inativos desde abril de 2007, com cada um dos membros em trabalhos distintos – Camelo com projeto solo; Amarante com a Litte Joy; Medina com Adriana Calcanhotto; Barba com a banda Canastra, eles se juntaram novamente para fazer uma volta e um último show (tudo é motivo de: último show da carreira de...), ao mesmo tempo, da banda. A “volta” foi em um evento que geralmente teve um lucro muito grande para os Hermanos, já que as apresentações...É, como fã e telespectadora de um show transmitido pela televisão e frustada por não ter assistido ao vivo, senti que foi muito mais lucro do que vontade de “voltar” mesmo. Bem, não é uma opinião única. Andei olhando os comentários pós-show e vi que muitos ficaram com esse sentimento de “deixou desejar”.
Com os primeiros acordes de “Todo Carnaval tem seu Fim”, o público foi ao delírio. Mas a vibe dos Hermanos já era outra. Era visível. Os altos e baixos entre Camelo e Amarante também era perceptível até para os leigos. Camelo dizia: “É muito bom estar aqui com vocês hoje”. Amarante soltava uns frios e secos “Obrigado”. O setlist foi lindo, pelo menos isso. 18 músicas e “Cher Antonie” inserida nelas. Lindo, muito lindo! O entrosamento da banda definiu o que nós, fãs, menos desejávamos: Um dia tudo acaba e o encanto quebra! É isso. Deixa cada um seguir seu caminho e assim será. Pelo menos, poderemos dizer no futuro que tivemos uma banda que marcou nossas vidas.

Enquanto isso segue um trecho que Medina publicou em seu blog no sábado (21), logo após a primeira apresentação no Rio de Janeiro:
“Passei aqui rapidinho porque não consegui resistir à tentação de dividir com vocês minhas impressões sobre o show de ontem. Foram tantas as sensações, do início até o fim da noite, que eu poderia escrever páginas e páginas sem hesitar. O bom senso, no entanto, me recomenda poupá-los ao menos das considerações deste fã do Radiohead.(...)Quanto ao nosso show, permitam-me mais uma vez agradecer imensamente a todos que possibilitaram este inesquecível reencontro. Faltam-me palavras para descrever a emoção de tocar de novo aquelas músicas, de ouvir o coro em uníssono de nossos fãs entoando os já conhecidos versos. Adorei a experiência de tocar “Cher Antoine” pela segunda vez na vida (se alguém tiver prova de outras execuções, por favor me corrijam).
Poderia sintetizar a noite passada como um daqueles momentos em que a própria vida parece um filme, como quando assistimos quase inebriados ao desenrolar dos acontecimentos. Tudo foi perfeito, a exceção de dois pormenores: a desconfiança de que a ordem do roteiro não favoreceu algumas músicas e a chateação que foi descobrir, ao final do show, que havia uma limitação imposta ao volume de nossa apresentação, por sermos a banda de abertura. Infelizmente o fato não chega a ser novidade no Brasil quando bandas nacionais e estrangeiras dividem o mesmo palco.”


É preciso força pra sonhar e perceber que a estrada vai além do que se vê...



domingo, 22 de março de 2009

Discografias, a ressurreição.

Só uma notinha:

Para os órfãos da comunidade do Orkut, Discografias, que passaram esta última semana cheios de sentimentos e tristezas pelo seu fim, alegrem-se! Anjos enviados pelo Ser Superior se atreveram e colocaram no ar uma nova comunidade: Discografias, Sob Nova Direção.
O trabalho ainda não encontra-se finalizado, mas aos poucos nós vamos conseguir todas aquelas obras primas existente na saudosa Discografias.

Entrem, baixem e encantem-se pelos Downloads que nem Maria Bethânia!

Sou - Nós - Camelo


A Bahia de todos os cantos e encantos recebe Marcelo Camelo para a gravação do DVD de "Sou" - o álbum mais destacado e premiado dentre o ano de 2008.
O evento acontecerá no Teatro Castro Alves, no dia 3 de abril (sexta-feira), pelo projeto "Sua nota é um Show", promovido pelas secretarias de Cultura e Fazenda do Estado da Bahia. Os ingressos serão trocados por dez notas fiscais na semana da apresentação. O local da gravação foi de total escolha de Camelo, onde já declarou que a Concha Acústica do Teatro Castro Alves é um dos espaços que mais gosta de tocar desde dos tempos "Hermanos" - o segundo show do lançamento de "Sou" foi na Concha, o primeiro aqui em Recife no Coquetel Molotov, em setembro de 2008.
Os convidados do show serão Mallu Magalhães num dueto (tão romântico!) da música "Janta" - durante o Coquetel Molotov aconteceu o ínicio do "casal pedofilia", Dominguinhos em "Liberdade" e a Hurtmold, que acompanha Camelo nessa turnê solo.

Entre essa preparação da gravação do DVD, aconteceu nesse final de semana o show do Just a Fest junto com os Los Hermanos e muitas águas vão rolar por aqui sobre esse bendito (ou não) show!

Até logo menos (:

segunda-feira, 16 de março de 2009

Aqui jaz, Discografias.


Uma das comunidades de maior número de membros do Orkut, a "Discografias", acabou de ter todos seus tópicos excluídos. Essa comunidade se tratava de um arquivo de músicas, onde todos tinham livre acesso para postar e trocar mídia. Além disso, era uma fonte de conhecimento que envolvia todo o mundo fonográfico, fazendo com que os artistas se tornassem divulgados nesse novo meio de comunicação de massa, a internet.
Depois de grande pressão por parte da APCM (Associação Antipirataria de Cinema e Música), órgão que defende os direitos autorais no Brasil e está interligado às grandes empresas do ramo da produção (UNIVERSAL MUSIC DO BRASIL LTDA.; WARNER MUSIC BRASIL LTDA.; SONY - BMG BRASIL LTDA.; SIGLA - SISTEMA GLOBO DE GRAVAÇÕES AUDIO VISUAIS LTDA; EMI MUSIC LTDA.;COLUMBIA PICTURES INDUSTRIES INC.; DISNEY ENTERPRISES INC.; METRO-GOLDWYN-MAYER STUDIOS INC.; PARAMOUNT PICTURES CORPORATION; TWENTIETH CENTURY FOX FILM CORPORATION; UNIVERSAL CITY STUDIOS INC.; WARNER BROS.; UNITED ARTISTS PICTURES INC.; UNITED ARTISTS CORPORATION; UBV - UNIÃO BRASILEIRA DE VÍDEO E ASSOCIADAS), cerca de 921.377 membros encontram-se "órfãos" de um download.

No meu ponto de vista, diante do século em que estamos, isto não significa um simples download ou um roubo de autorias e sim, uma noção do novo, do desconhecido, do encontro de culturas, diversidade. O brilho foi perdido. Não existe (sem generalizações) mais o hábito de "pegar um vinil, colocar na vitrola e cuidadosamente posicionar a agulha na faixa exata" ou até "sair na loja e comprar aquele tal CD, com um projeto gráfico ímpar e apreciar no aparelho de som". São raros esses acontecimentos. Diante de fatores mil, como a falta de tempo devido ao dia-a-dia corrido; cada um com Ipod/MP3/MP4 no ouvido, vivendo seu mundo particular; a banalização da pirataria; o absurdo dos valores propostos para as vendas. Porém, ao mesmo tempo que existe todos esses ocorridos, encontra-se em questão todo o trabalho gasto pelo artista para a produção do projeto, o dinheiro investido na construção de tudo isso. Claro, lados positivos e negativos - reais ou irreais. Mas que no fim procuram alcançar um mesmo objetivo: Ouvir a sua música e conhecer o que de novo este projeto tem a nos mostrar.

Posso ficar falando aqui todos os meus argumentos sobre esta notícia. Mas hoje pela tarde, eu estava na gravação do programa de auditório Som da Sopa, de Rogê de Renor, da TV Universitária. Uma das atrações, era a banda Eddie - na qual acompanho o trabalho desde do início. A banda estar com um CD novo, Carnaval no Inferno, e enquanto Rogê aprensentava ao público e tentava informar onde poderia ser encontrado para a compra, Fábio Trummer (vocal/letras/guitarra) falou uma coisa certa: "Não importa para a gente onde vocês vão conseguir nosso trabalho. Ele estar a venda nas lojas do ramo como também se encontra nos sites -Trama Virtual, Orkut, Myspace, Som Barato. O que realmente importa é que vocês estão ouvindo nosso som, com frequência e divulgando entre todos os cantos. A gente fica feliz com isso, de ser reconhecidos. A internet hoje em dia, é o rádio de antigamente!"

Como uma "praticante diária" de downloads e compradora assídua tanto de CD's como DVD's - me encontro entre a modernidade e a verdadeira forma de apreciar a música, sinto que esse é o objetivo de um artista: ser reconhecido! Não importa o meio do qual você conseguiu e/ou conheceu "X artista". A verdade é que você teve o interesse de ir atrás e quem sabe, se valer a pena, você não chega na loja e compra toda a discografia deste "X artista"?

Eu sei que isso não vai deixar de existir. Outros meios de downloads vão ser inventados, outras comunidades vão surgir, outros sites vão se destacar (como aconteceu com o Som Barato. A Google cancelou a conta e depois de um tempo fora do ar, ele voltou com outro formato). Artistas vão se pronunciar contra ou a favor, novas leis vão surgir apoiando ou punindo este "escambo", produtoras vão se juntar para proibição desses meios ou até abaixar o valor atribuído para a compra (que encontra-se alto diante da crise financeira que estamos vivendo e do domínio da pirataria).

Fica aqui meus míseros lamentos quanto a esta comunidade do Orkut (parece ser fútil, mas é do domínio de quase todos). Participo do grupo de ófãos!

Descanse em paz,

*03/11/2005 +15/03/2009

sexta-feira, 13 de março de 2009

Seu Chico e Mula Manca.


Nos dias 14 e 15 de março (sábado e domingo), a Seu Chico grava seu primeiro DVD. A gravação vai acontecer na Estrela da Lapa, Rio de Janeiro.
Composta por alguns dos integrantes da "extinta" Mula Manca & a Fabulosa Figura e pelo pianista Vitor Araújo, a banda vem trilhando um caminho fixo nas casas noturnas do Recife e ganhando espaço por todo Brasil. Com um repertório completamente voltado para as obras de Chico Buarque, a Seu Chico estabilizou um status no grupo "banda cover" que é tanto positivo quanto negativo.
No lado positivo, me refiro à possibilidade dos jovens de hoje em dia reviverem as músicas de qualidade que participaram da construção do Brasil dentre os anos de 60 e 70. É divertido sentir "aquela" canção de Chico Buarque, de valor político, social e até romântica, com uma leitura diferente, com um tom mais livre. De fato a Seu Chico vem crescendo. A participação do pianista Vitor Araújo, que foi um grande destaque nacional durante o ano de 2008, proporcionando a valorização de todas as classes rítmicas existente em Pernambuco, foi de fato um jogo de popularização.
Mas o que me leva a questionar o negativo desse acontecimento, sem desmerecer a qualidade da Seu Chico e também, expondo muito uma visão pessoal, é o termino da Mula Manca & a Fabulosa Figura. De início, era Triste e se tornou Fabulosa. Acho que para os dias de hoje, Triste seria de melhor nomeação. A Mula Manca, como é chamada "pelos íntimos", era uma banda autoral, de extremo valor poético e sentimental. Música de carinho, arte, afeto. No decorrer da carreira, gravaram dois CD's (O Circo da Solidão e Amor e Pastel), mudaram de nome, estouraram dentro da cena pernambucana, sumiram do mercado fonográfico, abriram espaço para um projeto paralelo... Depois, se tornaram o projeto paralelo da Seu Chico e hoje, não existe mais. É um acontecimento triste, pois eles se deixaram levar muito mais pela questão financeira (sim, ok! a crise está grande!) do que a produção de música. É muito fácil sair se apresentando e lotando pubs nas cidades, atingindo todos os públicos e ainda ter um coro no fim da melodia. O valor de banda autoral para banda cover, é muito mais significante no processo de fortificação de uma carreira. O reconhecimento de um projeto de regravações é com certeza mais rápido e de fácil acesso. Ainda mais, quando se trata de músicas de Chico Buarque. Estamos também em uma fase de que "ser inteligente é gostar de tal escritor; entender de música é conhecer tal cantor" e todos esses ocorridos contribuem para a venda e exposição maior da Seu Chico.

Esta notícia se tornou muito mais opinativa do que informativa. Porém, é uma questão que faz de mim um pouco "saturada" de bandas que se deixam levar pela fama do que pela qualidade (volto a dizer, sem desmerecer a qualidade da Seu Chico). Que façam seus projetos paralelos, mas não anulem suas autorias e projetos.
Tantas bandas aí conseguem se dar bem com dois projetos (Mombojó + China x Del Rey; Eddie x Academia da Berlinda; Nação Zumbi x Maquinado + 3namassa + Sonantes + Autonomo) e se equilibram no mercado.
Enfim, quem sabe a Mula Manca volta, Vitor Araújo avança na sua carreira, a Seu Chico grava seu DVD e tudo volta a ser como antes.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Olinda e Recife, anos de luz!


Olinda e Recife. 474 e 472 anos respectivamente, de duas cidades interligadas, que vem se unificando a cada ano na história, cultura, religiosidade, política, costumes...música, uma melodia única, que só vindo de Pernambuco para entender de fato a mistura de raízes.

Alceu Valença, Antônio Carlos Nóbrega, Bonsucesso Samba Clube, Capiba, Carlos Fernando, Cascabulho, Chico Science, China, Comadre Florzinha, Dj Dolores, Erasto Vasconcelos, Eddie, Lenine, Lula Queiroga, Mestre Salustiano, Mestre Ambrósio, Mombojó, Mula Manca e a Fabulosa Figura, Mundo Livre S/A, Nação Zumbi, Reginaldo Rossi, Siba e a Fuloresta...Nomes que se perdem entre o velho e o novo; do manguebeat ao punkrockhardcore; é ciranda, coco e baião; frevo, samba e maracatu; poetas presentes entre as estrelas do céu e os palcos da vida; cinema, teatro e dança; grandes encontros; o folclore nordestino; das composições que retratam o dia-a-dia de um bom pernambucano; é Pernambuco falando para o Mundo.

Olinda, Marim dos Caetés. É a dona das sete colinas, muito mais que linda. Nas ladeiras, subindo e descendo, a vida é feita de ladeiras. Um sonho de valsas, a paz dos mosteiros, a alegria do carnaval, o patrimônio cultural. Original Olinda Style. Dias de luz, a tarde, o vento e o mar. Bairro Novo, Casa Caiada, São Bento, Amparo, Bonsucesso, Maranguape. Olinda, cidade eterna.

Recife, cidade lendária. Cidade prateada, de encantos mil. Cortada por rios, praias e mangues. É a Veneza e a Holanda Brasileira. João Cabral de Melo Neto, Gilberto Freire, Nelson Ferreira, Ascenso Ferreira, Josué de Castro. Alma de preto e de branco. Das senzalas, engenhos, vilas, mercados e praças. Cortada por pontes entre o caos, o sol, a lua e a paz. De um Marco Zero que cresceu pro norte, sul, leste e oeste. É a menina dos olhos do mar, o Leão do Norte.

Cidades que crescem, cantam, dançam, sonham, vivem! Dentro do coração, na mesma batida, único sentimento.

Olinda e Recife, um carnaval que só aumenta a paixão. Nos seduz, encanta, enfeitiça, abençoa. Foram elas que escolhemos para viver e sermos felizes,
Parabéns!


quarta-feira, 11 de março de 2009

Observa e Toca Malakoff


Neste sábado 14, às 16h, será lançado o projeto Observa e Toca Malakoff, incorporando uma programação permanente de shows, oficinas e garantindo a oportunidade para novas bandas, inserido na política cultural da Fundarpe.
Além do mais, será instalado no prédio da Torre Malakoff, a Coordenadoria de Música da Fundarpe. O objetivo dessa nova área é garantir um local para realizações de debates, fóruns setoriais de cultura e apresentações artísticas.
Rafael Cortes, coordenador de Música da Fundarpe, afirma que esse projeto vai além de simples apresentações. Sempre aos sábados, três shows sobem aos palcos - dois de bandas da nova cena artística e outro de um grupo nomeado, mostrando as trocas de ideias possíveis dos músicos com o público, experiência essa de difícil acesso no Recife.

Na abertura oficial do Observa e Toca Malakoff, a banda Mundo Livre S/A sobe ao palco juntamente com o Dj Charles e as bandas Nação Break e Euterpina Juvenil Nazarena, conhecida como Capa-Bode e a apresentação do evento fica por conta da versatilidade de Rogê de Renor.




No dia 14 a 17 de março, a Coordenadoria de Música da Fundarpe receberá inscrições para a oficina de Técnicas de Roadie. O workshop terá 48 horas, com aulas às segundas/quartas/sexta-feiras, sempre das 14h às 17h, a partir do dia 23. Serão ao todo 20 vagas, para pessoas a partir dos 26 anos e com conhecimento em algum instrumento musical e noção inglês. O curso será lecionado por Wally (Mundo Livre S/A) e Cleidson (Mombojó).

Já no sábado 21, a programação começa com uma palestra da História da Música Pernambucana, com o jornalista José Teles e o músico Sérgio Cassiano. Em seguida, apresentação de Êxito D'rua e as duas bandas selecionadas na seletiva da semana anterior.

Programação do Observa e Toca Malakoff

Sábado (14/03)
16h – Banda Filarmônica Sociedade Euterpina Juvenil Nazarena (Capa Bode)
17h – DJ Charles (do Êxito D’ Rua) e grupo de b.boys Nação Break.
17h45 – Mundo Livre S/A

Sábado (21/03)
15h – Palestra: História da Música Pernambucana (dos anos 70 aos dias atuais). Com: Sérgio Cassiano e José Teles.
16h30 – Êxito D’ Rua.
17h30 – primeira apresentação da seletiva de música
18h20 – segunda apresentação da seletiva de música



Palavra (En)cantada


Dois anos depois de muita pesquisa e filmagem de entrevistas, chega em circulação nacional nesta sexta-feira 13, o documentário Palavra (En)cantada, de Helena Solberg e Márcio Debellian. O longa teve como ponto de partida um conceito de relacionar a música e a poesia na evolução da MPB, com um roteiro construído por uma narrativa de depoimentos, performances musicais e uma rica trilha sonora, chegando a ganhar o prêmio de “Melhor Direção de Longa-Metragem Documentário” do Festival do Rio, 2008.
O encantamento começa logo na abertura do documentário. Adriana Calcanhoto entoa versos de Arnaut Daniel, numa referência aos trovadores provençais do século XII, que integravam a palavra e o som. Logo em seguida, Lenine faz um depoimento de reflexão sobre a formação cultural brasileira, com aspectos de fusão entre o erudito e o popular.
"Não tenho pretensão de ser chamado de poeta. Não sou poeta". Chico Buarque se isenta desta autoridade, instantes depois da afirmação do grande letrista Paulo César Pinheiro, quanto ao status no qual Chico faz parte. O próprio Chico Buarque ressalta o valor dos compositores sem formação literária, oriundos dos morros, como Cartola (1908 – 1980). Já Martinho da Vila, mostra uma visão crítica nos seus depoimentos sobre a violência das periferias, afirmando que ela diluiu a força poética, hoje traçada no funk e rap. Ao mesmo tempo, o rapper Ferréz, defende a vertente do rap e toda a valorização histórica: "O rap é a continuação do cordel". Levando em consideração a cultura nordestina, Arnaldo Antunes reverência os cantadores repentistas do nordeste, de uma forma singular e ousada.
Palavra (En)cantada é um documentário formado de raridades históricas. Apresenta imagens inéditas da encenação de "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Mello Neto (1920 – 1999), no Festival de Teatro Universitário de Nancy, na França, em 1966; restauração da gravação produzida nos anos 40, que mostra Dorival Caymmi cantando e tocando “O Mar” ao viloão, canção essa escolhida pelo próprio como a mais representativa do conjunto de sua obra; depoimento histórico de Caetano Veloso no Festival Internacional da Canção, da Record, em 1967, onde ele fala de sua inspiração ao compor “Alegria, Alegria” e ressalta o uso da guitarra na música brasilieira; afirma o papel do Tropicalismo na ruptura das tradições e o uso da liberdade poética, usufruída até hoje pelos compositores.

O filme conta com a participação de Adriana Calcanhotto, Antônio Cícero, Arnaldo Antunes, BNegão, Chico Buarque, Ferréz, Jorge Mautner, José Celso Martinez Correa, José Miguel Wisnik, Lirinha (Cordel do Fogo Encantado), Lenine, Luiz Tatit, Maria Bethânia, Martinho da Vila, Paulo César Pinheiro, Tom Zé e Zélia Duncan.
É uma festa para os olhos e ouvidos, que percorre em uma viagem histórica da relação da música com a poesia, de forma envolvente e surpreendente. Como afirmou Adriana Calcanhotto: “Não vamos cair numa discussão infértil: se poesia é mais que letra de música, se letra de música é poesia... Eu acho a vida curta, não tenho tempo para esta questão.” Então, vamos aproveitar a vida para (en)cantar a todo momento!

Um filme de: Helena Solberg e Marcio Debellian

Direção:Helena Solberg
Duração: 86 min


Sexta-feira 13, em todos os cinemas do Brasil.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Abril Pro Rock 2009


Foi divulgada nesta quarta-feira (04), na Torre Malakoff, Bairro do Recife, a programação do Abril Pro Rock 2009 que acontece nos dias 17 e 18 de abril, no Chevrolet Hall. Na sua 17ª edição, o festival que é realizado pela Astronave Iniciativas Culturais, formada pelos produtores Paulo André Pires, Melina Hickson e Sonally Pires, conta com grandes diferenças em relação aos anos anteriores. A primeira delas foi a redução de três para dois dias, devido a “falta” de patrocínio e o alto custo financeiro para proporcionar um grande evento – atualmente, o festival recebe o patrocínio e apoio do Governo do Estado, Prefeitura do Recife, Coca-Cola e Nova Schin. A segunda diferença é a quantidade de bandas a se apresentar que ficou mais enxuta, dando mais oportunidade e qualificando o festival, além de grandes bandas nacionais e internacionais.
Fora dos próprios shows, o festival também realiza durante todo o mês de abril uma exposição de artes gráficas na Livraria Cultura, onde artistas de todo Brasil vão exibir e vender ao público peças com temática sobre o Abril Pro Rock.

A grande atração da sexta-feira (17) do festival é a banda inglesa mais “barulhenta” e fundamental do rock, a Mötorhead. Completando a noite lendária, as bandas Decomposed God (PE), Black Drawing Chalks (GO) e AMP (PE).
Duas atrações ainda estão indefinidas (uma para sexta e outra para o sábado) mas as opções para a abertura do show da Mötorhead, ficam entre a Devotos (PE) e a Matanza (RJ). Qual será a escolhida?
No sábado (18) Marcelo Camelo (RJ) volta ao Recife com o show do disco “Sou” (um dos mais premiados do ano de 2008), mais a Mundo Livre S/A (PE) após sete anos de APR, a Móveis Coloniais de Acaju (DF), Volver (PE), a Heavy Trash (EUA) – novo projeto de Jon Spencer e as novas apostas: Vivendo do Ócio (BA), The Keith (PE) e a vencedora do concurso Microfonia, Candeias Rock City (PE).
Agora, é esperar as novas bandas serem reveladas e todas as cores de abril voltadas para o rock!

PROGRAMAÇÃO ABRIL PRO ROCK 2009


17 de Abril (sexta)

Motorhead (Inglaterra)
AMP (PE)
Decomposed God (PE)
Black Drawing Chalks (GO)
ATRAÇÃO A SER ANUNCIADA

18 de Abril (sábado)

Marcelo Camelo (RJ)
Heavy Trash (EUA)
Móveis Coloniais de Acaju (DF)
Mundo Livre S/A (PE)
Retrofoguetes (BA)
Volver (PE)
Vivendo do Ócio (BA)
The Keith (PE)
Candeias Rock City (PE)
ATRAÇÃO A SER ANUNCIADA

Serviço:

Abril Pro Rock 2009
Dias 17 e 18 de Abril - Chevrolet Hall
Ingressos:
Dia 17 de Abril (Mötorhead): R$ 100 inteira / R$ 50 meia / R$ 70 + 1kg de alimento não perecível para o ingresso social
Dia 18 de Abril (Marcelo Camelo e Heavy Trash): R$ 50 inteira / R$ 25 meia e R$ 30 + 1kg de alimentos não perecível para o ingresso social