domingo, 11 de julho de 2010

Ontem eu sambei... Wado!

Esta semana estive nos dois shows que o Wado fez na cidade. O primeiro, no UK Pub (quarta-feira, 07) e o segundo, no Nave (sexta-feira, 09). Todos classe média altíssima independente de público e local.
Percorrendo por vários sucessos e pelo último disco lançado, Atlântico Negro, o set list é formado por blocos de samba, funk, reggaeton, afoxé e músicas amor, para ouvir juntinho, como o próprio Wado fala. A banda que o acompanha é monstruosa. Bem enxugadinha, não precisa de muitos músicos para fazer um groove ousado e certeiro. Suas canções, todas elas compostas de uma forma inteligente e diferente, se destacam demais. Clássicas regravadas pelo Fino Coletivo, como Tarja Preta, Uma Raiz Uma Flor, Se Vacilar o Jacaré Abraça e Beijou Você (as duas últimas do novo disco, Copacabana) são representadas de forma especial e fiel ao estilo do Wado.
A poesia das músicas sem encontram num cotidiano natural, com um misto de elementos solares e chuvosos ao mesmo tempo. Tormenta, Melhor e Alagou As, são exemplos de uma ligação do ser humano com essa natureza mítica. Atlântico Negro traduz muito bem a união com as raízes africanas e brasileiras, muito forte em  Estrada, Cordão de Isolamento e Martelo de Ogum. Pavão Macaco pode ser considerado uma das músicas de aperfeiçoamento da obra do Wado, assim como Pendurado e Fortalece Aí, baladas românticas e singelas que são pedidas em coro pelo público durante os shows.  Com cinco discos lançados - O Manifesto da Arte Periférica, Cinema Auditivo, A Farsa do Samba Nublado, Terceiro Mundo Festivo e Atlântico Negro, o bloco dançante do show caminha por todas as obras do Wado. Rap Guerra no Iraque, Reforma Agrária do Ar e A Gaiola do Som, são um misto de funk carioca com um swing latino maravilhoso.
Do início ao fim, o show transmite uma energia maravilhosa. Os trejeitos que o cantor faz no palco, entre olhares e gestos firmes, completam essa ligação entre os seres superiores e naturais que são passados nas canções. As harmonias dos arranjos são bem mais fortes ao vivo do que no disco, com timbres marcantes, independente da levada do som. Como disse no início, a festa é independente de acréscimos, pois no palco é onde tudo acontece.
No ano passado tive o prazer de participar da produção do Baile Tangolomango, no Bar Burburinho e ter a presença desse menino bom. O show teve basicamente a mesma estrutura dos apresentados agora. Porém, a felicidade maior, foi ver que a visibilidade que a festa proporcionou ao cantor, foi tamanha e o fez voltar à Recife este ano para o Abril pro Rock. A cidade está sempre de braços abertos e ‘levantar a poeira’ com a mesma animação que recebe diversas bandas daqui e de fora.
...e para quem não teve oportunidade de ir a nenhum desses dois shows, Wado se apresenta dia 20 (terça-feira), no Palco Pop do Festival de Inverno de Garanhuns. Oportunidades mil para prestigia-lo!

Um comentário:

Anônimo disse...

O Fig desse ano ta otimo! Pretendo ir dia 16, ver a Gal Costa.
Seu blog tem materias otimas, vou te seguir!

Hugs.