quinta-feira, 22 de abril de 2010

Karina Buhr é doce e colorida.

“Que seja  doce!”, essa frase de Caio Fernando Abreu se encaixa certinho com Karina Buhr. Ela é uma artista completa: Canta, compõe, dança, atua, toca seu tamborzinho, escreve crônicas e poeminhas... Claro, ainda sobra tempo pra se maquiar e se vestir toda poderosa.  E como uma boneca, ao mesmo tempo. Olho para ela e sempre vejo o tic-tac colorido no cabelo, as pulseiras, os brincos e os anéis de acrílico, a meia arrastão e a cara de menina tímida e serelepe ao mesmo tempo. Além de doce, Karina é colorida. O fruto disso vem da cultura plural existente em suas veias. Nascida na Bahia, radicada em Pernambuco e globalizada em São Paulo, Karina também é a Comadre Fulozinha, é o Maracatu Estrela Brilhante e Piaba de Ouro, é o “Original Olinda Style” e o Teatro Oficina de Zé Celso.

Eu estava há um bom tempo planejando escrever algo sobre Karina Buhr e o fabuloso disco Eu Menti Pra Você, mas uma coisa e outra, deixava de lado. Digo que sempre soube da existência dela e de sua voz única, carregada do sotaque pernambucano que toda vez me encantava. Mas foi esse ano, em janeiro, que eu me apaixonei de vez! Ela, toda doce e colorida, cantando no lançamento do projeto “Desliga a Bomba”: “Eu sou uma pessoa má, eu menti pra Rogê!” Ai, me encantei de vez. De lá pra cá fui estudando toda a sonoridade que ela tinha, acompanhando direto e quando menos vi, BÚÚÚÚM! Karina Buhr estava em todo canto: Diário de Pernambuco, Jornal do Commércio, Estadão, ISTO É, Criativa, Trip, Folha de São Paulo... Menino, a Ciranda de Incentivo à cultura foi certeira e ela está mais que linda no gráfico do mercado fonográfico.

Uma obra original, sem definição de gênero ou estilo, com 13 músicas autorais e produzida pela própria Karina junto com o baterista Bruno Buarque e o baixista Mau. Sem esquecer também, do time de músicos que ajudaram a dar um requinte fino a este disco: Fernando Catatau (guitarra), Guizado (trompete), Edgard Scandurra (guitarra), Marcelo Jeneci (acordeon e piano), Dustan Gallas (teclados e piano) e Otávio Ortega (teclado e bases eletrônicas). Estão errados os que pensam que só porque Karina Buhr vem do nordeste e tem uma raiz forte na alma, o conteúdo dela é todo regional. Não, é muito mais que isso. É universal, contemporâneo e pós-moderno! (ê, lelê! haha) e Telekphonen é a prova real de toda essa junção, cantada em alemão e com batidas quase orgânicas. Existe de tudo: Experimental, eletrônica, pop, brega, rock, punk, ciranda - funk, balada romântica. Mas se engana quem pensa que é mais uma balada romântica, cheia de amor puro. A malemolência de Mira Ira e Bem Vindas  são poéticas e vêm de dentro do coração. Já Esperança Cansa vai de frente a todo esse amor de forma sincera e furiosa. Solo de Água Fervente, O Pé, Avião Aeroporto e Nassiria Najahf são uma construção da realidade de dentro do ser humano e de fora do mundo, um andar e viajar que parte da cabeça, passa pro coração e solta pelo pé. As duas últimas, respectivamente, e Soldat mostram detalhadamente o timbre forte e marcante de Karina. O espontâneo e a criatividade muitas vezes inusitada, Vira Pó e tanto faz se é bom ou ruim. O auge do relax e da vida boa se encontram em Plástico Bolha. O talento de Karina Buhr e toda essa diversidade sonora, corresponde a todo esse potencial do disco. Eu Menti Pra Você é a mentira mais sincera e convincente da atualidade musical.

Eu te pergunto (eu não, Karina): Se você tiver que escolher entre você e o seu amor, você escolhe quem?

Karina Buhr em:

http://revistatpm.uol.com.br/blogs/karinabuhr






*Foto de Susan Eiko e desenho de Karina Buhr


4 comentários:

Rafael Almeida Pereira do Rego disse...

Que felicidade ao ler esse texto! Muito feliz de te ler novamente! Continua!

Karina Buhr disse...

E eu também, Rafael!

Beijo Lala!
Buhr

mãe de lara disse...

AHAZOU, Lalis! Agora não para de escrever!

Balaio Furado disse...

Vixi maria...deu uma vontade de correr pra ouvir esse tão falado CD...
Valei-me!

Saravá pra essa "escrevista"
Que a mente lhe mostre as letras
E todas as luzes que suegirem em sua vista.

À vista e à prazo...sem pena de arraso.

Jah-le