quinta-feira, 6 de maio de 2010

Sons, cores e sensações.

Cibelle Cavalli é Sonja Khallecallon e sua banda Los Stroboscopious Luminous, artistas de um “show de cabaret pós-apocalíptico tropical punk”. É assim mesmo que a própria Cibelle a define em seu terceiro disco, Las Vênus Resort Palace Hotel, numa entrevista para um site de Portugal. Além do mais, ela ainda afirma que seu “mau gosto”, foi o que a levou a construir esse disco. Que mau gosto, hein?

Com influências tão diversas como Mutantes, Nina Simone, Billie Holiday, Bjork e Jackson do Pandeiro, Cibelle é uma estrela em ascendência. Ela está incluída na classe dos artistas que alcançaram um reconhecimento muito maior no exterior do que no Brasil. Muitos críticos a chamam de musa da pós-bossa-nova. Mas o que ela é mesmo, é uma tropicalista de fino trato!  A sonoridade de Cibelle, é bem distinta e completa, reflexo de sua independência musical e artística. 

Engraçado que no primeiro e o segundo álbum, Cibelle e The Shine of Dried Electric Leaves, respectivamente,  sempre foi possível encontrar uma imagem visual em sua música. Pode ser devido ao estilo colorido e cheio de informações que ela apresenta e que não vou mentir, ela pode ser considerada um ícone fashion da moda (a vejo phyna tal qual Dudu Bertholini, estilista da Neon).


Esse terceiro álbum é bem mais universal do que os dois primeiros – que tinham uma carga grande de Caetano Veloso e Tom Jobim. Las Vênus Resort Palace Hotel é mais orgânico, leve e colorido. Mais limpo e menos sampleado, sabe? Dançante também, porque ouvir “Undermeath the Mango Tree” e não se imaginar dançando um ula-ula cheia de colares havaianos e “Mr and Mrs Grey” sem dançar um twist, é um pecado! Ah, brega, vulgar e fatal, como em “Braid My Hair” peça chave para o cabaret de Sonja Khallecallon e Los Stroboscopious Luminous. É um disco de texturas e imaginações sonoras. Gosto muito de Cibelle cantando em português, mas nas duas músicas do disco (“Escute Bem” e “Sapato Azul”), eu tive a sensação de estar ouvindo Vanessa da Mata. Ou será que me enganei?! Já em "Sad Piano" percebi uma certa continuidade da regravação de "Cajuína" do segundo disco. Mas mesmo assim, dá pra sentir um crescimento musical desde do primeiro disco até esse novo. Mostrando que mesmo havendo comparações, cada um tem uma sonoridade diferente.  “Lightworks” é o primeiro single do disco e pelo clipe dá pra sentir essa selva tropical meio kitsch e sexy.





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