Entre os dias 7 a 25 de junho, muita coisa aconteceu para o Mombojó. Não que antes estivesse tudo parado, pelo contrário, mas esses dias foram a duração entre o lançamento do Amigo do Tempo até o primeiro show (novo) da banda. O disco foi disponibilizado para download no site e em menos de 4 dias já tinham 11mil visualizações. Em cerca de 10 dias o mesmo já se encontrava na lista de votos dos melhores discos de 2010, pelo site Votorama, da MTV. Fora toda a repercussão na mídia que envolvia o sucesso garantindo dos meninos e seu novo projeto, que se tornou um burburinho grande em todo o país. Matematicamente falando, a somatória de tempo e espaço que os meninos calcularam teve um resultado exato.
Sexta-feira (25), dia de lançamento do show do Mombojó em Recife e jogo do Brasil na Copa do Mundo. De dia, a seleção brasileira não fez bonito em campo. Um dos craques estava fora de jogo e o placar foi 0x0 contra Portugal. Por volta de 1h30 da madrugada do dia 26, na 7ª edição do Arraial da Tomazina, no Recife Antigo, o time do Mombojó entrou em campo e fez bonito. Bem bonito! Todos os jogadores estavam a postos e os torcedores fanáticos gritavam enlouquecidamente. Na introdução de Amigo do Tempo, começou o reino da alegria de fato. Estava tudo certo e o capitão do time, Felipe S., mandou o recado: “O time da gente treinou bem, respeitando o adversário. O professor deu as ordens e estamos aí!”
A expectativa era grande. A emoção, maior ainda. Todos estavam ali, juntos, público e banda, celebrando mais uma vitória. Nada mais justo do que esse lançamento ser aqui em Recife, onde tudo começou, parou, voltou e sempre aconteceu. Após a música título do novo disco, foi a vez de O Mais Vendido e o show começou a percorrer pelos três discos. A cada música interpretada, o público cantava em coro e não havia problema técnico que atrapalhasse ou qualquer coisa parecida.
A felicidade estampada no rosto dos meninos era encantadora também. Felipe, além de cantar, fazia um show de coreografias a parte. Marcelo, Vicente e Chiquinho, eram os maestros da hora. Já Samuel, demonstrava estar só de corpo presente em palco e a alma viajando no espaço, com tantas caras e bocas. Um conjunto perfeito.
O show teve vários pontos marcantes além do setlist impecável. Mas um ao certo, foi quando Felipe agradeceu a algumas pessoas que estiveram lado a lado da banda em diversas etapas nesses 6/7 anos. O primeiro foi Fábio Trummer, da banda Eddie, que disponibilizou o amplificador aos meninos para gravarem a primeira demo. O segundo foi Rogê de Renor, por veicular as músicas na rádio numa época que era mais “difícil” que a atual. E por último, ao Estúdio Das Caverna por ter sido um dos principais responsáveis pela realização do Amigo do Tempo e por formar uma equipe não só musical, como pessoal.
Os sucessos do Nadadenovo, levaram o público à uma viagem no tempo. Adelaide, Cabidela, Faaca, Discurso Burocrático + A Missa, Deixe-se Acreditar e Duas Cores, se tornaram históricas nessa noite. Em Duas Cores, música marcada pela flauta de O Rafa, teve a participação de Gabriel Izidoro, da Banda de Joseph Tourton e foi super especial. Pela primeira vez após a morte do Pirulito (se eu estiver errada, me corrijam), essa música recebeu uma presença tão marcante em palco e foi ovacionada por todos. (Pela cara de Samuel na hora da música, ele teve um encontro transcendental com O Rafa, tava lindo!) Em Discurso Burocrático + A Missa , Queops Negão dividiu o palco com o Mombojó, embora o coro que tomou conta do Recife Antigo foi o suficiente para não precisar de qualquer voz a mais. O segundo disco também foi executado com Saborosa, Homem-Espuma e a já citada anteriormente, O Mais Vendido.
Mas o que importa aqui são as músicas novas do Amigo do Tempo, quem em palco ganham uma potência muito maior do que no disco. Comprovando assim, que a qualidade da banda surpreende a cada tempo. Um tom de amizade percorria sempre o show, tanto em pensamento como em corpo presente, como a platéia que vibrava por tudo. Entre a união e a saudade, música que conta com registros originais de O Rafa, foi tocada de uma forma mágica e uma paz tomou aquele local por um todo. A grande maioria das músicas novas já estavam na boca de todos antes mesmo de começar os primeiros acordes. Triste demais e Casa Caiada, já vinham sendo apresentadas em vários shows há um bom tempo. Assim como Papapa, que teve a presença ilustre das joínhas Homero Basílio, Jr Black e China (com sua desenvoltura de dançarino). Passarinho Colorido, de arranjos incríveis, no show se tornou mais pressão ainda e Antimonotonia ganhou como o novo hit da banda. Sem falar, claro, da empolgação que foi no terminar da música e a interação com a platéia.
O show foi histórico. Às vezes, me sinto até mal em tentar escrever algo sobre o Mombojó pois nunca consigo ser neutra com as informações e me empolgo demais. Mas essa é a única forma de falar da banda que acompanhou uma boa parte da minha vida e de grande parte de um grupo de Recife (e de outras capitais também, é claro!).
Falando em primeira pessoa, eu fiquei em estado de transe durante boa parte do show. Palavras (por mais que aqui tenha de monte) não serão o suficiente para descrever realmente o momento daquele dia. Mas posso copiar uma frase da participação de Karina Buhr, no DVD Mombojó – Nadadenovo – Itaú Cultural (2004):
Felipe S.: “Por favor uma salva de palmas para a senhorita Karina Buhr, do Comadre Fulosinha. Uma banda muito legal...”
Karina Buhr: “Obrigada! Mombojó, que é a melhor de todas!”
Isso: Mombojó, a melhor banda dos últimos sete anos.
Um comentário:
consegui sentir a emoção que tu sentiste no show, mesmo sem ter ido, mesmo sem nunca ter assistido ao um show da mombojó. Mas a banda é bela, sensacional, e com essa descrição consegui estar lá.
"mombojó, a melhor de todas"
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