terça-feira, 27 de julho de 2010

Academia da Berlinda fecha a quarta-feira das férias no UK Pub

Com um ritmo dançante e envolvente, eles apresentam músicas do novo disco e sucessos já consagrados

Cumbia com coco, merengue com carimbo e ciranda com maxixe. Essa mistura sonora é a responsável pelo grande sucesso que a Academia da Berlinda vem fazendo dentro e fora de Pernambuco. Pra fechar com chave de ouro a programação das férias, o UK Pub os recebem nesta quarta-feira (28).
Muito bem liderada por Tiné (voz e maracá), Alexandre Urêa (voz e timbales) e cia, a Academia da Berlinda se prepara este ano para lançar o seu segundo disco, Cumbia de Olinda. Com uma maturidade maior na bagagem, este novo álbum vem mais dançante que o primeiro, abordando temas do cotidiano do brasileiro e tem co-produção de Buguinha Dub. O primeiro single de Cumbia de Olinda, “Bem Melhor”, já está na boca de todos e disponível para download desde janeiro deste ano.
Para este show no UK Pub, eles já apresentam um repertório novo e além dos grandes sucessos como “Ivete”, “Envernizado”, “Brega Francês”, “Cumbia de Lutador” e entre outros que fazem as meninas bailarem e os casais apaixonados dançarem agarradinhos.
Com três anos de carreira autoral, a Academia da Berlinda bebe da fonte étnica dos ritmos calientes das Américas do Sul e Central, e principalmente, das raízes culturais do norte e nordeste do Brasil. Seu show já é sinônimo de festa garantida, recheada de dança e clima de paquera nos salões. Durante a carreira, os meninos que carregam o espírito olindense para onde vão, já se apresentaram em importantes locais do cenário musical, como o Festival RecBeat (2006), Criolina DF (2008), SESC Pompéia SP (2008), Virada Cultural SP (2009) e mais recentemente, no 20º Festival de Inverno de Garanhuns.
A banda é formada por músicos que estão ativos no mercado fonográfico de Pernambuco e participam de bandas como Eddie, Mundo Livre S/A, Orquestra Contemporânea de Olinda e DJ Dolores.
A festa começa às 21h e ainda conta com o DJ Salvador na picape. O ingresso tem valor único de R$ 15,00. O UK Pub fica na Rua Francisco da Cunha, 165, Boa Viagem. Informações: (81) 3465-1088.


SERVIÇO:


Academia da Berlinda no UK Pub (Rua Francisco da Cunha, 165, Boa Viagem) Quando: quarta-feira (28)
Hora: 22h Quanto: R$ 15,00
Informações: (81) 3465-1088   

Só um trechinho

Depois de fazer um show memorável no Festival de Inverno de Garanhuns, a Academia da Berlinda toca nesta quarta-feira (28), no UK Pub. Em processo de finalização do segundo disco, que se chamará Cumbia de Olinda e com previsão de lançamento para o segundo semestre, eles vão apresentar além das canções clássicas como Ivete, Envernizado, Brega Francês, novos sucessos que já estão na boca de todos. O ingresso custa R$15 (preço único)


Nesta sexta-feira (30), Ortinho se apresenta às 20h no Pátio de São Pedro com seu show acústico. Ele acabou de voltar de São Paulo, onde gravou no estúdio Totem, seu novo disco Herói Trancado. Arnaldo Antunes, Edgar Scandurra, Vicente, Chiquinho, Vitor Araújo, Dengue, Yuri Queiroga e mais uma quantidade boa de jóia rara participaram das gravações e preparem-se que vem coisa boa por aí! Como o próprio fala: “Rendflauu!!”



Em entrevista a revista Trip de Maio, Marcelo Camelo soltou que o Los Hermanos se juntava no segundo semestre para fazer dois shows no Nordeste. O singelo depoimento surgiu um efeito enorme e muito disse me disse ficou no ar. Agora, já está confirmado: Em Outubro, Los Hermanos volta a tocar em Recife para a felicidade geral da nação!



O Festival de Inverno de Garanhuns desse ano foi voltado muito mais para a grande quantidade de público, com atrações mais pop (se assim posso classificar) e nacionalmente conhecidas. Na quarta-feira (21), Pitty levou uma multidão de teenagers a Praça Guadalajara. Com toda razão, pois ela é uma artista que preenche todo o espaço do palco, tem atitude e uma garra maravilhosa. Do começo ao fim, o repertório é repleto de hits e a banda dela se garante muito. Na quinta-feira (22), a Sandália de Prata (SP) fez seu primeiro show por Pernambuco. Eu já conhecia a banda por ela fazer shows com a Elza Soares, mas nunca tinha ouvido as suas músicas autorais. Mostrando que em São Paulo também se faz samba, a banda fez um show muito bacana mas não o suficiente para ganhar todos os meus elogios. Quem sabe no segundo show, né?

Considerada (tarde demais) como a Nação Zumbi do momento – digo em questão do real conhecimento, do fanatismo, grande público e tudo mais de bom, a Eddie tá que tá aqui em Pernambuco e no eixo Rio-São Paulo! Pra quem sempre acompanha a banda como eu, às vezes se promete de nunca mais ir ao show por saber de cor e salteado todo o setlist e movimentos dos meninos no palco. Mas sempre mordo minha língua e lá estou, na frente do palco, mesmo que seja over (com muito gosto, diga-se de passagem). Na sexta-feira (23), também no FIG, eles fizeram um show magnífico. A Praça Guadalajara estava lotada e todos cantavam e dançavam as músicas com uma animação enorme, provando mais uma vez, que por onde a Eddie passa, independente da época do ano, é sempre um carnaval! Dos sucessos do Sonic Mambo até o Carnaval do Inferno, foram tocados por Fábio Trummer e cia. O show foi tão animado, que eles voltaram mais de 2 vezes pra fazer o grand finale.

SHOW DE LANÇAMENTO DO AMIGO DO TEMPO – Dia 27 de agosto, no Teatro da UFPE, Mombojó! Os ingressos estão à venda na loja Avesso e no próprio Teatro, nos valores de R$30 (inteira) R$15 (meia).  Uma promoção legal: Quem levar 1kg de alimento não perecível, paga meia entrada! 

segunda-feira, 19 de julho de 2010

“Deixe que digam, que pensem, que falem...”

Deixa isso pra lá, música eternizada na voz de Jair Rodrigues, em 1964, pode ser dedicada à Maria Rita, já que ela é uma interprete que dá o que falar de um lado do público, que tem críticas para tudo e todos. Muitos afirmam que ela não tem personalidade, fazendo sua carreira em cima a história da mãe, Elis Regina. Indo em ”confronto” a uma das primeiras entrevistas que a cantora deu no início da carreira, onde afirmava que não queria ser comparada com toda a força musical de Elis.
Mas que nada, deixa isso pra lá (sempre) porque o potencial de Maria Rita vai além do sangue artístico que corre na sua veia. E quem sabe depois de tanta convivência entre Jair e Elis, na época áurea do Fino da Bossa, essa canção num é pra ela mesmo?
Antes de lançar seu primeiro CD, em 2002, Maria Rita foi a vencedora do Prêmio APCA, como Revelação do ano. Bem, tudo começou explosivo demais e assim continuou. Com três discos e três DVDs lançados, todos com números avassaladores de vendas e prêmios, Maria Rita também leva na bagagem uma vasta lista de músicas de grandes compositores brasileiros que com sua interpretação, ganham uma vida e uma força muito maior. Não vou compará-la à Elis Regina, mais sim, a intensidade musical e performática que, por exemplo, Maria Bethânia coloca em sua sonoridade. Fui exagerada? Não, acho que não...
Maria Rita tem uma postura misteriosa e introspectiva no palco. No decorrer do arranjo, ela vai se abrindo e mostrando realmente cada palavra que a música quer passar, de forma voraz e grandiosa. Marcelo Camelo, Lenine, Paulinho Moska, Rodrigo Maranhão, Rita Lee, Milton Nascimento, Gonzaguinha e Arlindo Cruz, são alguns nomes por qual a trajetória da cantora já percorreu. Caminhos certos, que cruzam entre flores, solidão, tempestades, amor, revoltas, vitórias... Encontros e desencontros.

Maria Rita e Marcelo Camelo – Santa Chuva
Que Marcelo Camelo é um dos maiores compositores atuais do Brasil, isto já é confirmado. A nova MPB transita em artistas como ele. Santa Chuva é um exemplo de canção poética, que ganha uma interpretação cinematográfica na voz de Maria Rita. Num duelo de sentimentos e separações, ela consegue transmitir numa das maiores obras primas de Camelo, a intensidade forte e poderosa, de uma tempestade que alaga dentro e fora.
Maria Rita e Paulinho Moska - Muito Pouco
O crescimento musical de Muito Pouco, do disco Segundo até o DVD ao vivo do Samba Meu, foi absurda. Não só os arranjos ficaram mais redondos, como Maria Rita conseguiu uma força inigualável nesse canto paradoxal. Os gestos e timbres alcançados na música se tornam imbatível para todas as demais interpretações que possam vir de Muito Pouco. Digo isso, com todo o respeito do mundo ao Moska, que acaba de lançar seu novo disco intitulado de Muito Pouco também, e que faz uma versão numa levada de tango, mas não consegue passar a real mensagem forte dessa música, tal qual Maria Rita.
Maria Rita e Rita Lee - Só de Você
Rita Lee já fez de Maria Rita “mais macho que muito homem”, nas canções Pagu e Agora Só Falta Você. A rainha do rock brasileiro já passou por várias etapas psicodélicas e no ano de 1982, no disco Flagra, lançou uma canção “meio démodé”, que foi Só de Você. Com uma nova roupagem nos arranjos e com um tom mais jazzístico, Maria Rita dá outra vida à canção. Leve, cool, envolvente e refinada, Só de Você foi a melhor aposta sobre Rita Lee.   
Maria Rita e Arlindo Cruz – Trajetória
Enganam-se os que pensam que Trajetória é uma música nova e teve sua primeira gravação com a Maria Rita. Em 1997, esta música foi faixa título do disco da Elza Soares, numa interpretação de garra para o samba de Arlindo Cruz. Dez anos depois, aquele mesmo samba de Arlindo, foi regravado de forma mais clara, limpa e reflexiva. Ouvir Maria Rita cantando Trajetória soa como um “mantra contemporâneo” para os que estão cansados de amar.

(Esses são pequenos exemplos de algumas interpretações de Maria Rita, que agora me recordo e consigo transcrever)

Com quase três anos em turnê com o último disco, Samba Meu, muitas sensações foram feitas e desfeitas. Outras até, reafirmadas. Mas agora, Maria Rita segue com um novo show, mais intimista e sem perspectiva de gerar disco ou qualquer gravação de DVD. O setlist apresenta canções já conhecidas na voz da cantora e algumas novas que vão dar o que falar.
Dias desses, lendo o blog Notas Musicais, de Mauro Ferreira, encontrei uma resenha maravilhosa sobre esse novo show no Tom Jazz, em São Paulo e me fez refletir mais ainda na potencialidade de Maria Rita, confirmando assim, a capacidade que ela tem de valorizar a música, com detalhes minuciosos e ricos.

Trecho do post “Maria Rita fica solta na intimidade do Tom Jazz

 

“(...)Somente o número de abertura - Conceição dos Coqueiros, pungente música de Lula Queiroga (bem) gravada por Elba Ramalho no álbum Qual o Assunto que Mais lhe Interessa? (2007) - já vale a ida ao show. A música soa quase como uma oração na voz de Rita - mas sem tom solene - e ganha significado ainda maior quando, ao fim, o arranjo a emenda comSantana (Junio Barreto), tema que também toca na questão religiosa de forma poética, sem clichês espiritualistas. Maria Rita - vale lembrar - ia gravar Santana no álbum Segundo (2005), mas desistiu porque o compositor já tinha dado a preferência a Gal Costa, que registrou Santana em seu revigorante CD Hoje (2005).

 

Conceição dos Coqueiros, também se encontra num dos melhores discos da trilogia de Lula Queiroga, Azul Invisível, Vermelho Cruel. Esta canção, de difícil interpretação e que já foi também tema de um documentário, serve como mais uma aposta para Maria Rita como “melhor interpretação” e projeta bons frutos audíveis e visuais pela frente. Santana, de Junio Barreto, também já foi regravada por Lenine, com certeza cai como uma oração, como o próprio Mauro Ferreira falou, no conjunto “abertura de show”.


Acho que ela escolhe a dedo as canções, né? Cada uma com uma essência diferente, compositores diversos, gêneros musicais tradicionalmente brasileiros, que com Maria Rita, ganham uma personalidade única e indescritível.

 

Só me resta agora, ouvir, sentir e interpretar mentalmente cada uma. E Maria Rita, aí vai um recado meu, por Jair Rodrigues:

 

 “Vai, vai, por mim...”


*Foto - crédito: Tripolli

Original Olinda Style, com a banda Eddie no UK Pub

A banda Eddie desce mais uma vez as ladeiras da cidade alta e chega no UK Pub pra fazer o eterno carnaval.

Sinônimo de festa garantida até o sol raiar, a banda Eddie volta à Recife após uma turnê no Sudeste e toca no UK Pub toda a “maloqueiragem” Original Olinda Style Roots, nesta quarta-feira (21).  Há mais de 20 anos de carreira, com um pé na história do Manguebeat e atraindo todo o tipo de público, a Eddie é um misto de grooves  que vão do rock ao samba, passando pelo reggae e dub, até chegar no autêntico frevo pernambucano.
Com quatro discos lançados, Carnaval no Inferno é o último trabalho da banda e vem colhendo frutos produtivos. “Todas as cidades já estão em chamas”, é uma síntese de todo o carnaval efervescente que a banda propõe, mesmo o disco apresentando uma fase mais introspectiva e requintada.  Bairro Novo/Casa Caiada, Desequilibrio, Quase Não Sobra Nada, O Balie Betinha e Me Diga o que não foi legal, são alguns dos hits do novo álbum, que já estão na boca do público de todo o Brasil. Sem faltar, é claro, dos clássicos como Pode me Chamar, Danada, Lealdade, Vida Boa, Sentado na Beira do Rio e entre outras.
Depois de várias formações, a Eddie é composta por Fábio Trummer (guitarra & voz), Urêa (percussão & voz), Andret (trompetes, teclados & samplers), Kiko (bateria) e Rob (baixo). Desde do começo, fazem parte da história do mercado fonográfico brasileiro, com composições de Fábio Trummer sendo firmada nas interpretações da Naçao Zumbi, Cássia Eller, Wado, Karina Buhr, Marcelinho da Lua e entre outros. Além do Brasil, a banda já se conquistou a Europa com uma coletânea lançada especialmente para o público gringo.
A farra ainda conta com a participação do DJ Salvador e começa a partir das 22h. Os ingressos custam R$ 15,00 (mulher) e R$ 25,00 (homem). O UK Pub fica na Rua Francisco da Cunha, 165, Boa Viagem. Informações: (81) 3465-1088.

SERVIÇO


Eddie no UK Pub (Rua Francisco da Cunha, 165, Boa Viagem) Quando: quarta-feira (21)
Hora: 22h Quanto: R$15,00 (mulher) e R$25,00 (homem)
Informações: (81) 3465-1088

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Toque, toque, DJ!






Qual é o papel do DJ?

A - Animar as festas colocando músicas legais.
B - Fazer um setlist único, próprio e personalizado. Afinal, cada DJ é diferente do outro.
C - Aperta o play e deixa rolar.
D - Sair escolhendo músicas que já são remixadas e modificadas, e sair jogando no meio de algumas criações.
E - Nenhuma das alternativas acima.
F - Não sei diferenciar um DJ de outro, pra mim é tudo a mesma coisa.
G - Se eu me divirto e danço, pra quê vou me preocupar?

Não estou aqui para explicar o que é ser DJ, o que ele faz, nem dizer a diferença ou significado de mixtapes, mashups, drum & bass, house, progresive-trance... Nada disso!  Apenas queria dividir um pouco das minhas (leigas) dúvidas quanto a esse artista que tem tamanha importância tal qual cantores, compositores, músicos e instrumentistas.

Sinto que hoje em dia, o papel do DJ está dividido em três partes:
1 - Os que ganharam a mídia e o mercado fonográfico
2 - Aqueles que ralam de festa em festa, criando novos sons e inovando
3 - Pega um laptop, faz uma lista legal, coloca um look moderno e faz carão de importante

Inicialmente, os disc jockey saíram das rádios e invadiram as pistas de dança na década de 70, portando uma grande quantidade de vinis e controlando a mixada das músicas cuidadosamente. O tempo passa e a tecnologia invade de forma avassaladora, modificando muita coisa e abrindo espaço para uma certa “facilidade musical”. Com a popularização do CD e a criação dos CDJs (aparelho cheio de recursos para o controle e efeito nas músicas), os DJs ganharam um espaço muito maior nos eventos e essa profissão se tornou freqüente no meio musical.
A delicadeza de escolher o tempo das composições, o momento certo dos loopings, o timbre, quando termina e vira para outra música, agora é uma profissão a parte nas diversas vertentes de DJ. Tanto os que trabalham com vinil, CDs ou softwares, o talento musical se encontra nessas pequenas percepções sensoriais e sonoras.
No fim das contas, o DJ é basicamente aquele que tem a função de conhecer a festa, o público, a energia e vibração do local, para poder fazer bem feito com todo o seu trabalho. Ser autêntico, eclético, criativo. Produzir, fazer o seu nome, crescer de acordo com sua capacidade. E não, ser apenas um animador de festa, que tá lá apenas pra jogar uma quantidade X de músicas do nada para o nada. Bem, no geral, acho que tá tudo meio banalizado.

O motivo deste post é dividir essas questões com vocês e procurar discutir alguns pontos certos e/ou errados. Pois na minha opinião, é muito fácil ser classificado como DJ hoje em dia...

Fique livre para falar (sempre, claro)!

domingo, 11 de julho de 2010

Ontem eu sambei... Wado!

Esta semana estive nos dois shows que o Wado fez na cidade. O primeiro, no UK Pub (quarta-feira, 07) e o segundo, no Nave (sexta-feira, 09). Todos classe média altíssima independente de público e local.
Percorrendo por vários sucessos e pelo último disco lançado, Atlântico Negro, o set list é formado por blocos de samba, funk, reggaeton, afoxé e músicas amor, para ouvir juntinho, como o próprio Wado fala. A banda que o acompanha é monstruosa. Bem enxugadinha, não precisa de muitos músicos para fazer um groove ousado e certeiro. Suas canções, todas elas compostas de uma forma inteligente e diferente, se destacam demais. Clássicas regravadas pelo Fino Coletivo, como Tarja Preta, Uma Raiz Uma Flor, Se Vacilar o Jacaré Abraça e Beijou Você (as duas últimas do novo disco, Copacabana) são representadas de forma especial e fiel ao estilo do Wado.
A poesia das músicas sem encontram num cotidiano natural, com um misto de elementos solares e chuvosos ao mesmo tempo. Tormenta, Melhor e Alagou As, são exemplos de uma ligação do ser humano com essa natureza mítica. Atlântico Negro traduz muito bem a união com as raízes africanas e brasileiras, muito forte em  Estrada, Cordão de Isolamento e Martelo de Ogum. Pavão Macaco pode ser considerado uma das músicas de aperfeiçoamento da obra do Wado, assim como Pendurado e Fortalece Aí, baladas românticas e singelas que são pedidas em coro pelo público durante os shows.  Com cinco discos lançados - O Manifesto da Arte Periférica, Cinema Auditivo, A Farsa do Samba Nublado, Terceiro Mundo Festivo e Atlântico Negro, o bloco dançante do show caminha por todas as obras do Wado. Rap Guerra no Iraque, Reforma Agrária do Ar e A Gaiola do Som, são um misto de funk carioca com um swing latino maravilhoso.
Do início ao fim, o show transmite uma energia maravilhosa. Os trejeitos que o cantor faz no palco, entre olhares e gestos firmes, completam essa ligação entre os seres superiores e naturais que são passados nas canções. As harmonias dos arranjos são bem mais fortes ao vivo do que no disco, com timbres marcantes, independente da levada do som. Como disse no início, a festa é independente de acréscimos, pois no palco é onde tudo acontece.
No ano passado tive o prazer de participar da produção do Baile Tangolomango, no Bar Burburinho e ter a presença desse menino bom. O show teve basicamente a mesma estrutura dos apresentados agora. Porém, a felicidade maior, foi ver que a visibilidade que a festa proporcionou ao cantor, foi tamanha e o fez voltar à Recife este ano para o Abril pro Rock. A cidade está sempre de braços abertos e ‘levantar a poeira’ com a mesma animação que recebe diversas bandas daqui e de fora.
...e para quem não teve oportunidade de ir a nenhum desses dois shows, Wado se apresenta dia 20 (terça-feira), no Palco Pop do Festival de Inverno de Garanhuns. Oportunidades mil para prestigia-lo!

sábado, 10 de julho de 2010

Berré

Uma oração à Maria Bethânia, deusa e divindade da música, por Rafael Almeida.






"Meu respeito, minha devoção.
A voz tão seca e grave.
Árvore crepitando na paisagem seca do sertão.
Eco supremo dos grandes nomes.
Meu sincero e devotado amor.
Sobre o mel derramdo no país.
Meu ofício ouvir e acatar tudo.
Minha paixão primeira e maior.
Dona de todas as cenas e palcos.
Meu coração bruto e sertanejo.
Toques regionais do meu ser.
Maria, minha.
E de quem mais se dedicar.
Apenas isso.
Voz que preenche todo meu vazio.
Vazio de amor.
Timbre forte e marcante.
Minha atriz primeira.
Minha Adela nunca realizada.
Joana martirizada no morro.
Voz maior de um grande e extenso mundo.
A ti, todo meu ouvido entrego.
Acalenta-me em todas as horas.
Para todo o sempre.
Minha senhora completa.
Dona de mim.
Dona de um dom supremo.
Voz rascante, de grandes gestos.
Meu guarda em teu canto
Hoje e sempre.
Amém.

*Para minha Bethânia, guerreira, guerrilha."

terça-feira, 6 de julho de 2010

Wado abre a programação de férias do UK Pub


O cantor já esteve em festivais como Coquetel Molotov e Rec Beat (PE) Goiânia Noise (GO), Com: tradição (SP), FMI (BSB), Feira da Música (CE), além de vários outros eventos

Foi dada a largada para as férias no UK Pub e a programação das quartas-feiras está bem caprichada. Para abrir a festa, o cantor paranaense e radicado em Maceió, Wado. Com cinco discos lançados e participando da nova safra de compositores que fazem “musica inteligente”, ele apresenta timbres ousados e grandes grooves na sua musicalidade que mistura o funk, samba e reggaeton.
Atlântico Negro, seu último trabalho, mergulha no universo histórico, mítico e rítmico do entrelaçamento cultural das raízes africanas com a brasileira. Além disso, Wado é o responsável de grandes sucessos da banda Fino Coletivo como Tarja Preta, Se Vacilar o Jacaré Abraça, Uma Raiz Uma Flor. Sua música também circula pelo mercado europeu através da Coletânea Brazil Luaka Bop e da Coletânea da revista Tip Popkomm, com 80 mil cópias.
Wado já esteve em festivais como Coquetel Molotov e Rec Beat (PE) Goiânia Noise (GO), Com: tradição (SP), FMI (BSB), Feira da Música (CE), além de vários outros eventos importantes do calendário nacional.  Em 2009, o cantor se apresentou no Recife no Baile Tangolomango e um ano depois, voltou à cidade como uma das principais atrações do Festival Abril pro Rock. Agora, é a vez do UK Pub receber esse artista contagiante, com um show dançante e cheio de hits como Fortalece Aí, Reforma Agrária do Ar, A Coisa Mais Linda do Mundo, Rap Guerra no Iraque e entre outras.
A festa ainda conta com o DJ Salvador, residente da casa, e começa a partir das 22h. Os ingressos custam R$ 15,00 (mulher) e R$ 25,00 (homem). O UK Pub fica na Rua Francisco da Cunha, 165, Boa Viagem. Informações: (81) 3465-1088.

SERVIÇO


Wado no UK Pub (Rua Francisco da Cunha, 165, Boa Viagem)
Quando: quarta-feira (07)
Hora: 22h
Quanto: R$15,00 (mulher) e R$25,00 (homem)
Informações: (81) 3465-1088

domingo, 4 de julho de 2010

DexterzLive

Seguir em frente. Essa é a continuidade que Junior Lima está fazendo de sua carreira.
Após o fim da dupla Sandy e Junior, esse menino que sempre teve talento para músico, saiu trilhando uma vertente totalmente diferente daquela que passou anos de sua vida caminhando. Depois de participar da banda Nove Mil Anjos, agora é a vez da e-music ser seu novo foco.
Dexterz é um projeto que mistura a música eletrônica e percussão com o erudito. Liderado por Junior Lima, Amon Lima e pelo DJ Julio Torres, os três têm uma bagagem musical distinta e muito rica, que juntos encontraram uma “comunhão” perfeita.
O eletrônico fica por conta do DJ Julio Torres, que toca perfeitamente muita house e clássicos de Daft Punk, Kraftwerk, 6th Borough Project, Joris Voorn e entre outros. A percussão fica por conta de Junior Lima, que dá um show na bateria e ainda brinca soltando muitos samples. O erudito entra para dar uma refinada no grupo, com Amon Lima e é sensacional.
No último sábado (03), o Dexterz fez seu primeiro show aqui no Recife e eu tive o prazer de estar lá. A curiosidade era enorme, já que o grupo tem a presença de um artista que já foi (e ainda continua sendo) ídolo de muita gente no passado. Mas tirando os fatores históricos, o show foi exemplar. O som vibrante e vivo, não deixou ninguém parado. Muitos aparelhos eletrônicos estavam no palco e por um momento, senti que a platéia era uma espécie de vídeo game para os meninos, já que no meio dos sets, eles brincavam de Wii e direcionavam o controle remoto para o público. Embora boa parte dos olhares fosse voltada para Junior, Amon Lima foi um show a parte e se tornou o centro das atenções. Sua presença de palco super empolgante, animava e dava um gás na apresentação, que ainda contava com um violino maravilhoso. Mesmo se você não tiver um apreço grande por música eletrônica, o Dexterz é um show para ninguém colocar defeito.


Ficou curioso? 


sábado, 3 de julho de 2010

Compacto - Siba e Catatau

Mais um programa que propõe o encontro de músicos da nova safra musical do Brasil, o Compacto, projeto da Petrobras (com curadoria do grande Ronaldo Evangelista), teve na sua estréia em um videocast com a presença de Siba e Fernando Catatau. Em dois blocos, dois convidados trocam experiências e musicalidade, respondem perguntas e tiram um som.
Siba, do Siba e a Fuloresta, e Fernando Catatau, do Cidadão Instigado (e várias outras bandas paralelas), trocaram uma idéia massa e cantaram entre rabeca, guitarra e vários pedais, “Deus é uma Viagem” e “Alados”, acompanhado pelos instigados Régis Damasceno (guitarra), Dustan Gallas (teclado), Rian Batista (baixo) e Clayton Martin (bateria).
O segundo encontro será com Catarina Dee Jah e a paranaense Gabi Amaranto, as "absolutas e poderosas”! Um brega chinfroso que vai dar o que falar.
Os vídeos vão ao ar no site Compacto – Petrobrás, que também pode fazer o download do áudio. O programa está no twitter e é só ficar ligado que muita novidade boa vem por aí.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Lançamento do Amigo do Tempo em Recife

Entre os dias 7 a 25 de junho, muita coisa aconteceu para o Mombojó. Não que antes estivesse tudo parado, pelo contrário, mas esses dias foram a duração entre o lançamento do Amigo do Tempo até o primeiro show (novo) da banda.  O disco foi disponibilizado para download no site e em menos de 4 dias já tinham 11mil visualizações. Em cerca de 10 dias o mesmo já se encontrava na lista de votos dos melhores discos de 2010, pelo site Votorama, da MTV. Fora toda a repercussão na mídia que envolvia o sucesso garantindo dos meninos e seu novo projeto, que se tornou um burburinho grande em todo o país. Matematicamente falando, a somatória de tempo e espaço que os meninos calcularam teve um resultado exato.
Sexta-feira (25), dia de lançamento do show do Mombojó em Recife e jogo do Brasil na Copa do Mundo. De dia, a seleção brasileira não fez bonito em campo. Um dos craques estava fora de jogo e o placar foi 0x0 contra Portugal. Por volta de 1h30 da madrugada do dia 26, na 7ª edição do Arraial da Tomazina, no Recife Antigo, o time do Mombojó entrou em campo e fez bonito. Bem bonito! Todos os jogadores estavam a postos e os torcedores fanáticos gritavam enlouquecidamente. Na introdução de Amigo do Tempo, começou o reino da alegria de fato. Estava tudo certo e o capitão do time, Felipe S., mandou o recado: O time da gente treinou bem, respeitando o adversário. O professor deu as ordens e estamos aí!”
A expectativa era grande. A emoção, maior ainda. Todos estavam ali, juntos, público e banda, celebrando mais uma vitória. Nada mais justo do que esse lançamento ser aqui em Recife, onde tudo começou, parou, voltou e sempre aconteceu. Após a música título do novo disco, foi a vez de O Mais Vendido e o show começou a percorrer pelos três discos. A cada música interpretada, o público cantava em coro e não havia problema técnico que atrapalhasse ou qualquer coisa parecida.
A felicidade estampada no rosto dos meninos era encantadora também. Felipe, além de cantar, fazia um show de coreografias a parte. Marcelo, Vicente e Chiquinho, eram os maestros da hora. Já Samuel, demonstrava estar só de corpo presente em palco e a alma viajando no espaço, com tantas caras e bocas. Um conjunto perfeito.
O show teve vários pontos marcantes além do setlist impecável. Mas um ao certo, foi quando Felipe agradeceu a algumas pessoas que estiveram lado a lado da banda em diversas etapas nesses 6/7 anos. O primeiro foi Fábio Trummer, da banda Eddie, que disponibilizou o amplificador aos meninos para gravarem a primeira demo. O segundo foi Rogê de Renor, por veicular as músicas na rádio numa época que era mais “difícil” que a atual. E por último, ao Estúdio Das Caverna por ter sido um dos principais responsáveis pela realização do Amigo do Tempo e por formar uma equipe não só musical, como pessoal.
Os sucessos do Nadadenovo, levaram o público à uma viagem no tempo. Adelaide, Cabidela, Faaca, Discurso Burocrático + A Missa, Deixe-se Acreditar e Duas Cores, se tornaram históricas nessa noite. Em Duas Cores, música marcada pela flauta de O Rafa, teve a participação de Gabriel Izidoro, da Banda de Joseph Tourton e foi super especial. Pela primeira vez após a morte do Pirulito (se eu estiver errada, me corrijam), essa música recebeu uma presença tão marcante em palco e foi ovacionada por todos. (Pela cara de Samuel na hora da música, ele teve um encontro transcendental com O Rafa, tava lindo!) Em Discurso Burocrático + A Missa , Queops Negão dividiu o palco com o Mombojó, embora o coro que tomou conta do Recife Antigo foi o suficiente para não precisar de qualquer voz a mais. O segundo disco também foi executado com Saborosa, Homem-Espuma e a já citada anteriormente, O Mais Vendido.
Mas o que importa aqui são as músicas novas do Amigo do Tempo, quem em palco ganham uma potência muito maior do que no disco. Comprovando assim, que a qualidade da banda surpreende a cada tempo. Um tom de amizade percorria sempre o show, tanto em pensamento como em corpo presente, como a platéia que vibrava por tudo. Entre a união e a saudade, música que conta com registros originais de O Rafa, foi tocada de uma forma mágica e uma paz tomou aquele local por um todo.  A grande maioria das músicas novas já estavam na boca de todos antes mesmo de começar os primeiros acordes. Triste demais e Casa Caiada, já vinham sendo apresentadas em vários shows há um bom tempo. Assim como Papapa, que teve a presença ilustre das joínhas Homero Basílio, Jr Black e China (com sua desenvoltura de dançarino). Passarinho Colorido, de arranjos incríveis, no show se tornou mais pressão ainda e Antimonotonia ganhou como o novo hit da banda. Sem falar, claro, da empolgação que foi no terminar da música e a interação com a platéia.
O show foi histórico. Às vezes, me sinto até mal em tentar escrever algo sobre o Mombojó pois nunca consigo ser neutra com as informações e me empolgo demais. Mas essa é a única forma de falar da banda que acompanhou uma boa parte da minha vida e de grande parte de um grupo de Recife (e de outras capitais também, é claro!).
Falando em primeira pessoa, eu fiquei em estado de transe durante boa parte do show. Palavras (por mais que aqui tenha de monte) não serão o suficiente para descrever realmente o momento daquele dia. Mas posso copiar uma frase da participação de Karina Buhr, no DVD Mombojó – Nadadenovo – Itaú Cultural (2004):
Felipe S.: “Por favor uma salva de palmas para a senhorita Karina Buhr, do Comadre Fulosinha. Uma banda muito legal...”
Karina Buhr: “Obrigada! Mombojó, que é a melhor de todas!”

Isso: Mombojó, a melhor banda dos últimos sete anos.